O cão que atacou em Beja um menino que morreu perdeu valor de prova para o inquérito aberto ao caso e o seu destino será decidido pelos veterinários do canil intermunicipal.
De acordo com a presidente da Animal, Rita Silva, citada pela Agência Lusa, a associação de defesa dos direitos dos animais foi notificada, na quinta-feira, 18, pelo Ministério Público, de que "o valor probatório do cão foi levantado" no âmbito do inquérito aberto ao caso.
Tal significa que "a justiça já não precisa do cão" para o inquérito ao caso e a decisão sobre o destino do animal "passa para as mãos dos veterinários do canil" onde está recolhido, sublinhou Rita Silva.
"São eles que vão decidir se o animal vai continuar vivo ou ser abatido", disse, referindo que a Animal já entregou um requerimento no Tribunal Administrativo e Fiscal de Beja para tentar, "mais uma vez", impedir a morte do cão.
Em declarações à Lusa, António Sebastião, presidente da empresa Resialentejo, que detém o Canil-Gatil Intermunicipal, onde o cão está recolhido, disse que também já foi notificado pelo Ministério Público de que o valor probatório do animal foi levantado e informou que o destino do cão vai ser decidido pelos veterinários do canil.
Em Janeiro, a Animal tinha apresentado, no Tribunal Administrativo e Fiscal de Beja, uma intimação, que passou a providência cautelar, para impedir o abate do cão, tendo conseguido "uma decisão provisória no sentido de que o animal não fosse abatido".
Entretanto, "o cão passou a ser considerado prova" e o Ministério Público determinou que o animal não poderia ser abatido e teria de ficar apreendido no canil enquanto fosse necessário no âmbito do inquérito aberto ao caso, explicou Rita Silva.
No passado dia 7 de Janeiro, um dia após ter atacado o menino, de 18 meses, o cão, de nove anos e arraçado de pitbull, raça considerada potencialmente perigosa, foi recolhido, a pedido da PSP, para o canil-gatil da Resialentejo, situado perto de Beja.
Segundo declarações da veterinária municipal de Beja, Linda Rosa, prestadas a 7 de Janeiro, o cão iria ficar no canil até ser abatido, já que se trata de "um cão perigoso", porque "atacou uma criança" e, por isso, "o fim é a eutanásia".
O menino foi atacado no dia 6 de Janeiro, ao final do dia, em casa, em Beja, pelo cão, que pertencia a um tio da criança que vivia na mesma casa com os pais e os avós da vítima.
No dia a seguir ao ataque, o avô do menino, Jacinto Janeiro, explicou aos jornalistas que o cão estava "às escuras" na cozinha da casa, quando a criança foi àquela divisão e lhe "caiu em cima", o que fez com que o animal o atacasse.
Após o ataque, o menino ficou gravemente ferido e foi transportado pela mãe para o Hospital de Beja, onde entrou cerca das 19h00 de domingo.
Cerca das 20h30 de domingo, o menino, com um traumatismo cranio-encefálico grave, foi transferido de helicóptero para o Hospital de Santa Maria, em Lisboa, onde morreu no dia 8 de Janeiro.
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