O deputado do PSD eleito por Beja pretende convidar a ministra da Agricultura a visitar de novo o Baixo Alentejo, de modo a governante aproveitar esse momento para “clarificar e explicar aos agricultores” qual o seu projecto para a zona de influência do plano de rega do Alqueva, “uma das mais extensas áreas de regadio da Europa comunitária”.
Na prática, Mário Simões espera que Assunção Cristas venha à região esclarecer os interessados sobre os prazos para a conclusão do projecto do Alqueva, depois de no início do seu mandato ter admitido a possibilidade da conclusão da obra, prevista para 2013, ser adiada para 2015 ou 2017.
“Os agricultores aceitam, que face à actual conjuntura, os prazos não sejam os que estavam previstos e que possam sofrer um adiamento para 2015 ou 2017. O que já não entendem é a indefinição e falta de clarificação quanto aos prazos que o Ministério da Agricultura prevê para a conclusão do empreendimento”, justifica Simões ao “CA”.
De acordo com o deputado laranja, e no âmbito das reuniões que tem mantido com agricultores da região ao longo das últimas semanas, a maior preocupação de quem apostou em culturas regadas tem que ver com “a falta de água”.
Uma preocupação, continua Simões, que já transmitiu por diversas vezes à governante, alertando-a para as “consequências nefastas que resultariam do adiamento, sem prazo, da construção dos últimos blocos de rega”, dado “o perigo da região poder vir a confrontar-se com mais um período de seca” tendo Alqueva “mesmo à porta”.
“Mais de 12 mil hectares de olival, nos quais foram investidas muitas dezenas de milhar de euros, continuam à espera de água e outros investimentos entretanto anunciados podem perder-se com a actual indefinição que paira sobre o futuro do regadio de Alqueva”, acrescenta Mário Simões, que reconhece igualmente o “embaraço” causado por Assunção Cristas quando a ministra admitiu “a possibilidade de apelar aos agricultores ribatejanos para investirem no Alentejo no aproveitamento e rentabilização do regadio de Alqueva, porque teriam mais experiência”.
Tudo isto faz Mário Simões juntar ao convite feito à ministra da Agricultura um “apelo veemente”: que Assunção Cristas “não permita a politização do ministério, nomeadamente pelo peso que a Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP) pretende assumir na definição das estratégias do seu ministério, em detrimento da agricultura alentejana”.
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