Deputado do PCP apreensivo com "exploração" no Alqueva

Deputado do PCP apreensivo

O deputado do PCP eleito por Beja, João Ramos, está preocupado com casos de exploração laboral e de trabalho clandestino que têm vindo a surgir na zona do Alqueva.
A preocupação de João Ramos surge numa pergunta dirigida à ministra da Agricultura, Assunção Cristas.
No documento, além de casos de imigrantes que trabalhavam na apanha de azeitona no Baixo Alentejo e viviam em "más condições de habitabilidade", denunciados em 2012 pelo PCP, o deputado aponta o caso de 23 trabalhadores clandestinos, um deles menor de idade, que foram detectados em vindimas de duas explorações agrícolas da região, no passado mês de Setembro, pela Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT).
"Estes são os exemplos que demonstram que há muita propaganda em torno do anunciado sucesso da agricultura portuguesa", afirma, no comunicado, referindo que o modelo "assente na exploração" de trabalhadores "não serve a região, nem as suas populações".
Segundo João Ramos, "o país pode estar a produzir mais, as grandes casas exportadoras (de azeite e de vinho) poderão ter os maiores sucessos nos seus negócios, mas se esse sucesso for baseado na exploração da mão-de-obra de pouco serve o interesse nacional".
Os casos de exploração laboral e o trabalho clandestino são "um fenómeno permitido, e até potenciado, pelas políticas laborais" do Governo PSD/CDS-PP, que, "com uma mãozinha da ´troika`, está empenhado no empobrecimento do país", afirma o deputado.
Na pergunta à ministra da Agricultura, João Ramos pede esclarecimentos sobre o modelo económico que se está a desenvolver no Alentejo em torno de Alqueva.
"O Empreendimento de Fins Múltiplos de Alqueva representa uma esperança construída pela persistência e luta dos alentejanos" e "não permitiremos [PCP] que seja aproveitado só por alguns", refere o deputado.
Através da pergunta, João Ramos quer também saber se o Ministério da Agricultura vai pedir ou sabe se a ACT vai efectuar acções inspectivas durante a próxima campanha de apanha de azeitona semelhantes às efectuadas em Setembro em vindimas do Baixo Alentejo para prevenção de trabalho não declarado e dissimulado e tráfico de seres humanos.

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Correio Alentejo

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