O concelho de Beja tem cerca de 8.000 utentes sem médico de família atribuído, revela o presidente da Câmara Municipal, admitindo a possibilidade da autarquia criar um regulamento municipal para fixar mais clínicos.
Em declarações ao “CA”, o autarca de Beja, Paulo Arsénio, diz que no concelho existem “cerca de 8.000 utentes sem médico de família nesta altura”, o que corresponde, “grosso modo, a 25% da população”.
“Faltam-nos cinco médicos de família no concelho capital de distrito, o que é naturalmente muito preocupante”, reforça.
Na opinião do edil socialista, a falta de médicos de família tem igualmente repercussões no funcionamento do hospital da cidade.
“Havendo uma boa prevenção de saúde e bons cuidados de saúde a nível primário, são também menos os casos que nos chegam aos hospitais e às urgências”, onde “começamos a ter uma situação realmente muito complexa e muito preocupante”, afirma.
Perante este quadro, o presidente da Câmara de Beja admite vir a “avançar” com a criação de um regulamento municipal para atrair e fixar mais médicos para a região, à semelhança do que sucede em municípios vizinhos.
“Temos o hospital, que por si só é, também, um fator que confere centralidade ao território e traz médicos para Beja, mas é uma possibilidade que não descartamos”, diz.
Ainda assim, conclui, “a distribuição de médicos ao longo do território nacional é iminentemente uma competência da administração central que tem de ser salvaguardada, em primeiro lugar, pelo poder central”.