Vodka laranja “à moda” de Beja

Carlos Pinto

JORNALISTA | DIRECTOR DO "CA"

Ao longo dos anos, sobretudo nos municípios alentejanos, foram muitos os momentos de concórdia entre apoiantes da CDU (quase sempre em maioria nessas autarquias) e do PSD. Era a chamada “política da vodka laranja”, em que comunistas e sociais-democratas se uniam, ainda que informalmente e na solidão do voto, para travar o seu grande adversário na região, o Partido Socialista.
Esta relação “informal” entre dois partidos completamente distantes em termos ideológicos conhece agora um novo “capítulo” no concelho de Beja, mas com contornos completamente distintos daquilo que tem sido a norma na região.
Desta feita, é a CDU quem “dá a mão” ao PSD (e também ao CDS-PP e à IL) e permite que a coligação Beja Consegue possa ter a desejada estabilidade no modelo de governação que quer implementar na câmara municipal da capital de distrito.
Oficializado este acordo, o desafio vai ser imenso e muito exigente para o novo presidente do município, Nuno Palma Ferro, que querará com certeza colocar em prática os projetos previstos no seu programa eleitoral em áreas como a ação social ou o desenvolvimento económico, onde a visão comunista é diametralmente oposta às opções dos sociais-democratas.
Avizinham-se, portanto, quatro anos politicamente intensos na Câmara de Beja, com a coligação de direita a tentar gerir em concordância com as exigências comunistas e, seguramente, sob apertado escrutínio por parte da oposição, PS e Chega. Em 2029, serão os eleitores bejenses a fazer a avaliação final desta aliança celebrada com uma vodka laranja “à moda de Beja”.

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