Aconteceu há dias um acidente complexo, em que o indivíduo em causa assassinou a esposa, por ela ter procedido a uma denúncia junto da GNR pelos maus tratos por ele infligidos à esposa.
Chamados os respectivos serviços de emergência, o INEM e bombeiros, juntamente com as forças de segurança, foi o dito indivíduo preso e transportado para o posto da Guarda, onde veio a puxar de uma pistola e matou um agente da autoridade e feriu outro.
Neste incidente, ficou também ferido um bombeiro, que teve que receber tratamento hospitalar. E neste momento, perante a unidade de saúde, verificou-se que o bombeiro não tinha cobertura de seguro numa situação desta natureza.
É bem certo que os actos criminosos não podem ter cobertura de seguro, mas o bombeiro que vai em socorro de pessoas, não pode nem deve estar sujeito a estas situações, pois se por um lado põe em risco a sua vida, para socorrer pessoas e bens, não pode de maneira nenhuma ficar sem cobertura de saúde. E muito menos sem outras coberturas, nomeadamente a das indemnizações financeiras correspondentes à ausência de trabalho motivadas por esses mesmos incidentes.
Esta e outras questões foram colocadas ao Governo, através do novo secretário de Estado da Protecção Civil, pois os casos são muitos ao longo de todo o país e podem os bombeiros ficar sujeitos a situações muito complicadas.
Relembro que os bombeiros portugueses, sejam profissionais ou voluntários, fazem por ano inúmeros serviços na área dos conflitos. Para que se perceba melhor, vou dar alguns dados para reflexão.
Dentro dos 20.991 conflitos onde intervieram os bombeiros no ano transacto, os de agressão ou violação somaram cerca de 16.000 casos, o que equivale a dizer que são cerca de 80%.
Estamos a falar de cerca de 50 casos por dia em todo o território nacional, o que demonstra à sociedade o risco que os bombeiros correm diariamente.
Falo destas questões para que seja percebida pelas pessoas a gravidade da situação que se vive actualmente.
Os bombeiros, que no país têm cerca de 40.000 homens e mulheres em serviço activo de voluntariado, numa atitude solidária para com as populações que servem, prestam ao país e aos seus cidadãos um serviço de qualidade, fazem de uma forma geral mais de um milhão de serviços anuais e dão cobertura a toda uma plêiade de ocorrências que vão dos simples incêndios passando pelos acidentes ferroviários, rodoviários ou aéreos e ainda em meio aquático, bem como catástrofes e emergência pré-hospitalar, até evacuações e buscas.
Estamos a falar manifestamente apenas dos serviços de socorro e emergência, confiado a bombeiros no âmbito da sua actividade específica, enquanto agentes de protecção civil.
Se a isto juntarmos o transporte de doentes em ambulância, ou seja, mais de dois milhões de serviços/ano, dá bem a noção do trabalho que os bombeiros executam diariamente.
Por ocasião das festas, como é o caso agora das festas do Natal e do Ano Novo, os bombeiros não descansam e estão ao serviço da sua comunidade, apoiando e ajudando quem deles necessita.
Por tudo o que atrás fica dito, os bombeiros são manifestamente credores da nossa consideração e espera-se que o Governo, este Governo, venha a reconhecer plenamente essa missão e dê condições aos bombeiros e à entidades que detêm corpos de bombeiros, para que sejam alcançados os benefícios que tão justamente são reclamados.
Ao terminar gostaria de desejar a todos votos de Feliz Natal e um bom ano de 2010.
Cercicoa tem nova resposta social para pessoas com deficiência
A Cercicoa, com sede em Almodôvar, tem a funcionar desde esta semana o seu novo Centro de Atendimento, Acompanhamento e Reabilitação Social para Pessoas com