Por estes dias as artérias de Castro Verde assumem uma desordem organizada. Rua abaixo em passo vagaroso, primeiro surgem os doces e os bolinhos. Depois os atoalhados e as quinquilharias africanas, os sapatos e as roupas “de marca”, os enchidos algarvios e os queijos alentejanos. Mais à frente há farturas e castanhas assadas, mais roupa e sapatos, os come e bebes e as diversões. Sem esquecer os utensílios domésticos, as ferramentas, as cestas de verga, as cadeiras de madeira, as cassetes de música pimba ou a “banha da cobra” que cura (quase) tudo.
Em tempo de feira, Castro Verde respira uma magia especial. Tudo por culpa de um evento secular, que apesar da passagem dos anos continua a representar um marco no calendário dos castrenses. E são centenas aqueles que por esta altura do ano não dispensam uma visita à terra onde nasceram, ao contrário do que acontece em épocas como a Páscoa ou as férias do Verão.
É esta ligação umbilical com as gentes e com a vila que faz da Feira de Castro o marco maior do concelho. Um símbolo que deve ser cada vez mais valorizado, mas sem colocar em causa a liberdade que sempre caracterizou este certame e que continua a seduzir os mais velhos. Contudo, é indispensável que os castrenses não deixem cair a sua feira num simples exercício de memória e saudade, devendo ser criados em paralelo os atractivos suficientes para cativar os mais novos. Seja com novos espectáculos de rua, com mais (e diversificada) actividade cultural ou com concursos vários que atraiam novos visitantes.
Se assim for, a Feira de Castro terá capacidade para, ano após ano, continuar a ser como sempre foi. Rebelde. Deslumbrante. Inigualável. Única. E imperdível!

Pároco de Castro Verde lança livro sobre D. José Patrocínio Dias
Um livro sobre o bispo José Patrocínio Dias, que liderou a Diocese de Beja entre 1920 e 1965, da autoria do padre Luís Miguel Fernandes,