O António José Brito é uma pessoa que conheci há alguns anos, trabalhava na altura na Rádio Castrense e, desde logo, estabelecemos uma relação de amizade sincera e firme que dura até aos dias de hoje.
Creio que o facto que mais contribuiu para esta relação de amizade foi o amor que ambos possuímos pela nossa terra: a região do Baixo Alentejo e, particularmente, o Campo Branco. Temos muitas horas de discussão sobre o desenvolvimento da região, das políticas existentes e das que deveriam existir, da responsabilidade das autarquias e da necessidade de esforços conjuntos do Poder Local, em torno de objectivos e projectos regionais e da urgente consciencialização de que o futuro passa também por um contributo válido dos municípios para o desenvolvimento regional.
É desta forma que aceitei o convite do António José Brito para, regularmente, participar com algumas reflexões neste espaço do Correio Alentejo, procurando, com o meu modesto contributo, ajudar a que o desenvolvimento aconteça. Este desiderato será realizado com lucidez e pragmatismo, mas também com alma, paixão e garra na defesa de tudo aquilo que considero termos direito na nossa terra.
Por tudo o que atrás disse, inicio esta contribuição deixando o meu olhar sobre a nossa sub-região do Baixo Alentejo:
Torna-se imperioso a concepção de projectos específicos para os Concelhos de Almodôvar, Castro Verde, Ourique, Mértola e Aljustrel, que aponte para a aplicação de políticas públicas, com o objectivo de criação de emprego e que tenham capacidade de envolver todas as instituições e os agentes económicos na sua concretização. As autarquias têm promovido políticas importantíssimas na criação das condições, para o desenvolvimento dos mesmos.
Foram construídas infra-estruturas básicas com excelentes níveis de cobertura em toda a sub-região. Hoje, o abastecimento domiciliário de água é uma realidade, bem como o tratamento das águas residuais. A construção de outros equipamentos, nomeadamente nas áreas da educação, saúde, cultura, acção social e desporto são, provavelmente, o que de melhor se promoveu no País.
Fez-se um investimento significativo nas acessibilidades internas e na electrificação rural. Estamos, igualmente, bem servidos de acessibilidades externas. Podemos afirmar que estamos numa região única no que respeita à qualidade ambiental e ao conjunto de equipamentos colocados à disposição das populações e à qualidade de vida resultante destas condições.
Não obstante o contexto descrito, o drama que hoje atravessamos, reside no facto de não existirem pessoas e até podermos cair no ridículo de ter equipamentos de utilização colectiva e não haver quem os utilize.
As nossas maiores debilidades são a fraca capacidade de empreendedorismo endógeno e também a necessidade de investimento exterior, que crie postos de trabalho.
Por tudo o que foi dito, salientamos a necessidade de adoptar um programa ou um pacote de medidas a implementar, que possa envolver toda a comunidade e potenciar os factores positivos existentes e que contrarie os factores negativos que nos afectam.
No que a Almodôvar diz respeito, está definida uma estratégia e identificadas áreas, que consideramos fundamentais e prioritárias: mundo rural, agricultura e produtos endógenos, turismo, energias renováveis e economia social.
Da confluência destes vectores, acredito que deverão resultar políticas que contribuam para o desenvolvimento não só do nosso concelho, como da sub-região em que se insere, contrariando o ciclo económico negativo, sem perda de idiossincrasia e das fortes raízes culturais que a todos nos unem, tão bem nos caracterizam e nos diferenciam.
Um bem-haja!
PS exige medidas de apoio “urgentes” para produtores de ovinos
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