Gosto de ver series na televisão. Não vejo qualquer uma, sou selectiva, mas gosto muito,
Sigo uma série de séries ao mesmo tempo e não confundo as histórias. Porquê? Porque os Estados Unidos são um país enorme com muitos actores, ao contrário de Portugal em que só há meia dúzia (a sério?!) que se vêem forçados a entrar nas novelas todas, mesmo as que coincidem no tempo. Às duas por três, o mais atento espectador da produção nacional não consegue distinguir a Antonieta da “Brisa do Instante” (a que casou com o irmão sem saber e teve um filho que, felizmente, nasceu perfeito porque afinal era do padre António) da Maria Manuela da “Amores Infinitos” (que se curou da cegueira, descobrindo assim que a sua arqui-inimiga é, afinal, a sua irmã gémea que supostamente tinha morrido num acidente de barco).
Há várias coisas que me fascinam nas séries. A primeira, como não podia deixar de ser, é que até os maus são bonitos e é sempre um gosto olhar para o ecrã. A segunda é que na esmagadora maioria das séries (normalmente as de menor qualidade) não há problemas irresolúveis: quando parecem mais complicados, já só faltam cinco minutos para acabar o episódio, por isso até lá a coisa desmonta-se. A terceira, e esta sim, deixa-me completamente extasiada, é a duração dos dias. Um dia inteiro dá para uma enormidade de coisas. Há episódios onde meia hora depois de ter começado toda uma aventura, alguém diz: “Vamos tomar o pequeno-almoço”.
Para uma pessoa que se debate diariamente com a dificuldade de gestão do tempo como eu, em que quando os dias estão no fim é que a coisa parecia que ia começar a render, em que quando olho para o relógio penso “bolas, lá vou ter de dormir à pressa!”, é frustrante.
Sugestão: deixar de perder tempo a ver séries que nada acrescentam à minha saúde mental e só me roubam tempo precioso para despachar o que tenho a despachar.
Problema: uma pessoa tem de desligar de quando em quando, certo? Não pode estar sempre à volta dos problemas. Vai daí, precisa de descansar e o que é que faz? Liga o computador e vê uns episódios de várias séries americanas. Desliga o cérebro, concentra-se na vida da Nancy Botwin, do Dexter, diverte-se com o House e chora com a Meredith ao som de uma banda sonora bestial.
Neste misto de emoções e adrenalina, não há sequer tempo para processar. O cérebro é tomado de um tal estado de hipnose que o facto de a Nancy vender droga não é um problema, porque até é boa pessoa. O Dexter é apenas um assassino em série – que mata realmente pessoas, mas só as más. O House é de tal maneira narcisista, cruel e insuportável que nunca seria real e não haveria ninguém neste mundo com paciência suficiente para aturar a Grey e 90% do staff do hospital com problemas de identidade e de amores. E os meus problemas, os que não resolvi antes de ligar o computador, são tão diminutos, tão mais desinteressantes, tão menos glamorosos e ainda assim tão insolúveis como antes…

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