Temos mesmo de poupar água

Sexta-feira, 8 Julho, 2022

Carlos Pinto

JORNALISTA | DIRECTOR DO "CA"

A 6 de julho de 2022, altura em que escrevemos este editorial, a albufeira do Monte da Rocha, que abastece de água os concelhos de Castro Verde, Ourique, Almodôvar e parte dos de Mértola e Odemira, estava com apenas 11,7% da sua capacidade total, ou seja, pouco mais de sete milhões de metros cúbicos de água.
O cenário é catastrófico e, pior que isso, replica-se em muitas outras albufeiras de norte a sul do país. Em Trás-os-Montes, por exemplo, a Agência Portuguesa do Ambiente e a Câmara de Carrazeda de Ansiães admitem mesmo a possibilidade de cortar o abastecimento de água durante a noite e aumentar o segundo escalão do tarifário para quem consome mais, devido ao baixo nível de armazenamento da barragem da Fonte Longa.
Tudo isto vai de encontro ao alerta lançado recentemente pelo ministro do Ambiente e Ação Climática, Duarte Cordeiro, que disse que “temos todos que olhar para aquilo que são as oportunidades que temos”. Palavras que são repetidas pelo presidente da empresa Águas Públicas do Alentejo, Francisco Narciso, em entrevista a esta edição do “CA”: “Não estamos a falar de uma situação conjuntural, é estrutural. Temos mesmo de aprender a viver com menos água” [ver página 04].
As evidências deste problema são mais que muitas e há muito conhecidas e faladas. Por isso, o tempo agora é de agir. Por parte das autoridades competentes, tomando as medidas necessárias para evitar gastos supérfluos de água. Mas sobretudo por todos nós, na nossa ação individual, onde muitas vezes tendemos a desperdiçar água tratada como se de um qualquer bem dispensável se tratasse.
Sem esta mudança de mentalidades e comportamentos, dificilmente chegaremos a bom porto. Ou pior, apenas nos restarão torneiras secas e um deserto sem vida.

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