Rio e a derrota das “elites”

Carlos Pinto

JORNALISTA | DIRECTOR DO "CA"

Na noite de 27 de novembro (sexta-feira) eram muitos os comentadores e analistas políticos que, nas televisões e rádios (e nas edições online de alguns jornais), vaticinavam a vitória “clara e contundente” de Paulo Rangel nas eleições diretas do PSD, o que – argumentavam – abriria um novo ciclo na direita portuguesa e, necessariamente, na oposição ao PS e a António Costa.
Mas 24 horas depois, quem cantou “vitória” foi mesmo Rui Rio, que garantiu o seu terceiro mandato na liderança dos social-democratas, para gáudio dos seus apoiantes e para surpresa de todos os que tinha previsto a sua derrota na noite anterior.
Contas feitas, e ao contrário do que era expectável, Rio obteve um total de 18.852 votos (52,34%), mais 1.746 votos que Rangel (47,57%), ganhando nas principais distritais (à exceção de Lisboa).
Destes resultados fica evidente uma leitura: a vitória de Rui Rio foi uma derrota das “elites” do partido. Aquelas “elites” que vivem numa “bolha” em Lisboa, literalmente afastada do resto do país e deslaçada da realidade dos portugueses. “Elites” que apenas circulam entre o Parlamento, os melhores restaurantes da capital e os estúdios das TV’s, incapazes de irem mais além do seu círculo fechado e da intriga política.
Foram estas “elites” que Rui Rio derrotou. E isso não deixa de ser um bom sinal para a política portuguesa.

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