Resposta a José Carlos Albino

Quinta-feira, 17 Setembro, 2020

João Paulo Trindade

presidente da Câmara de Alvito

Caro José Carlos Albino,

A ausência de resposta à carta aberta que me endereçou poderia dar a ideia de “quem cala consente”. Por isso, apesar de com algum atraso, permita-me alguns comentários às considerações que produziu, algumas delas com imprecisões que tentarei esclarecer.
Começo por corrigir o título que teve a amabilidade de me atribuir. Não sou engenheiro! No actual contexto convém que sobre esta matéria não restem quaisquer dúvidas.
Posso garantir-lhe que os “Independentes de Alvito” são mesmo independentes e têm assumido esse papel. Ao contrário do que afirma, não sou dependente nem mantenho qualquer acordo com o PCP, nem com o PS, nem com o PSD. Apenas me sinto um “agente activo das estratégias” do concelho de Alvito e “dependente” dos seus munícipes.
Quer se goste ou não, a verdade é que os últimos resultados eleitorais ditaram que a CDU obtivesse a maioria das câmaras no âmbito da AMBAAL, alterando o cenário de empate que anteriormente se verificava. Nessa altura, ao que fui informado, a solução para a composição do conselho directivo, em resultado do impasse verificado pelo facto de CDU e PS terem o mesmo número de câmaras, foi o acordo sobre a rotatividade.
A composição actual do mapa autárquico é diferente e não houve consenso sobre esta matéria. Enquanto o PS reclama a continuidade da rotatividade, a CDU considera que deve assegurar a presidência e maioria do conselho directivo, por força dos resultados obtidos. Nada tenho contra a possibilidade de rotatividade, mas não existindo concordância entre as forças políticas representadas, era necessário optar por uma alternativa. A minha posição, ao viabilizar a solução actual, apenas seguiu um dos princípios da democracia. A força mais votada assume os destinos da Associação. Não é isto que acontece habitualmente quando se escolhe em função dos votos?
Asseguro-lhe que tomaria exactamente a mesma posição caso fosse o PS o partido com a maioria das câmaras. Esta é precisamente uma das vantagens de sermos independentes. Dá-nos a capacidade de decidir em cada situação de forma absolutamente autónoma, sem orientações nem restrições dos aparelhos partidários.
Provavelmente não tem conhecimento que os “Independentes de Alvito” também fazem parte de outra associação de municípios, a AMCAL (constituída por duas câmaras CDU, duas PS, um MI). Neste caso, a nossa posição de desempate poderia ter condicionado a solução encontrada, caso existisse o tal acordo com o PCP. Mas chegou-se facilmente a um entendimento sobre a rotatividade na presidência da Associação, tendo os “Independentes de Alvito” concordado inteiramente pela manutenção, no primeiro ano, da Câmara PS que vinha exercendo a presidência.
Parece-me que já é tempo de aplicarmos as nossas energias nos problemas e necessidades que verdadeiramente preocupam as pessoas, sem nos desgastarmos em lutas e lógicas partidárias pouco produtivas.
Ao terminar, dizer-lhe, seguindo o seu conselho, que reflecti sobre as tomadas de posição ao longo deste ano e meio de mandato e confirmei que têm sido consonantes com os princípios proclamados e que me levaram a aderir a este “Movimento Independente”.

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