“Autoestradas” digitais. Onde?

Quinta-feira, 14 Abril, 2022

Carlos Pinto

JORNALISTA | DIRECTOR DO "CA"

Esta edição do “CA” foi feita quase em exclusivo a partir das casas dos elementos da sua redação, o que aconteceu pela primeira vez desde o início da pandemia da Covid-19. São os condicionalismos de uma doença com que temos de nos habituar a conviver, mas que obrigaram a uma alteração de rotinas e que evidenciaram uma das maiores dificuldades com que ainda hoje nos deparamos nos territórios do interior: a Internet, ou melhor, a falta de qualidade que este serviço muitas vezes denota.
Durante estes dias foram várias as vezes em que o serviço de “net” se revelou muito lento e desadequado para as necessidades da nossa missão, apesar de estarmos a pouco mais de 150 kms da capital e não proprieamente numa aldeia recôndita de uma qualquer floresta tropical. Um quadro que teve enormes custos de tempo, de eficiência… e de paciência).
Esta situação acabou por comprovar as conclusões de um estudo recente da ANACOM, que refere que nos municípios do litoral do país a cobertura de Internet acaba por ter uma eficiência “de 90%”, enquanto nos meios rurais essa mesma eficiência chega apenas “aos 63,9%”.
Estes são números inadmissíveis para um país da União Europeia em pleno século XXI e onde todos temos os mesmos deveres… e direitos! Nesse sentido, é incompreensível que alguns tenham acesso a verdadeiras “autoestradas” digitais, ao passo que os restantes tenham de contentar-se com outro tipo de “caminhos”, mais “apertados” e onde o tráfego não flui de forma tão rápida. Assim como é intolerável levar com anúncios e anúncios ao 5G, sem que, depois, grande parte do país tenha uma rede 4G decente.
Por isso mesmo, urge uma intervenção rápida nesta área para resolver estas assimetrias. Porque a Internet nos dias que corre é mais que um mero meio de diversão – é uma ferramenta essencial à economia e à qualidade de vida.

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