Paradoxos Ambientalistas

Carlos Pinto

JORNALISTA | DIRECTOR DO "CA"

O ministro da Economia e do Mar, António Costa Silva, esteve recentemente em Aljustrel, oportunidade que aproveitou para reiterar o quão importante é para a região (e para o país) haver reservas de cobre com teores elevados na mina desta vila e também em Neves-Corvo.
O governante disse mesmo, com a ponderação e o conhecimento que todos lhe reconhecemos, que “o cobre é o metal que vai estar no centro da transformação do paradigma da mobilidade” e que “não há nenhuma indústria eletrónica avançada ou da mobilidade que não repouse no uso de metais”. Por isso, frisou Costa Silva, “o cobre é absolutamente vital, até porque com a eletrificação crescente da economia mundial, vamos precisar cada vez mais” deste metal.
Estas declarações são, a nosso ver, óbvias, mas não deixam de ir ao arrepio de algumas tendências que vamos assistindo nos meios mais “urbanos”, naquilo que é um verdadeiro “paradoxo ambientalista”.
Porque todos exigem carros elétricos em detrimentos das viaturas que utilizem combustíveis fósseis, mas depois são contra a extração de lítio (metal essencial para as baterias automóveis ou de smartphones e tablets). Todos querem que a produção de eletricidade seja cada vez mais a partir de recursos naturais como o sol, o vento ou as ondas, mas depois contestam a criação de parques solares. Todos fazem a apologia da dieta mediterrânica e dos benefícios do azeite para a saúde, mas são poucos os que não criticam o crescimento da mancha de olival na zona do Alqueva…
Afinal, em que ficamos?

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