Volto de novo a falar na época natalícia, e desta vez para prestar homenagem a todos quantos, nos vários sectores de actividade têm que permanecer ao serviço, para que nós possamos passar, em nossas casas, junto à família, um Natal tranquilo.
Refiro especificamente os bombeiros portugueses, sobretudo os voluntários, que de forma abnegada e altruísta deixam as suas famílias e passam o Natal de forma diferente, ou seja, também em família, mas desta vez na “família dos bombeiros”.
Conheço-os bem, vivo permanentemente no seu seio e sei das suas dificuldades, dos seus anseios, das suas aspirações, mas também da sua imensa solidariedade, do seu carácter honroso e honrado, do seu apego à causa pública, que o mesmo é dizer da sua coragem e abnegação para dar à comunidade, para dar ao outro mais do que dão a si próprios.
Conheço-os em alturas difíceis, quando em combate aos fogos florestais se dedicam de alma e coração àquilo que fazem e da forma que o fazem.
Conheço-os quando socorrem as vítimas de acidente na estrada ou em qualquer outra circunstância adversa, na urgência ou emergência.
Conheço-os quando socorrem as pessoas em catástrofes naturais, em inundações ou situações diversas. Conheço-os quando muita gente a eles recorre para actos simples, como a abertura de portas (por esquecimento das chaves) ou para retirar um animal de estimação (frequentemente gatos) que subiu a uma árvore e é preciso ir lá retirá-lo.
Conheço-os, nas suas dificuldades e também nalgumas incompreensões por parte de entidades oficiais, que a eles muito devem e que não os tratam como deve ser.
Fazem trabalhos prestando serviço e apoio à comunidade onde estão intimamente ligados e donde dela emanam, substituindo o Estado no que à segurança de pessoas e bens respeita e constitucionalmente está consagrado. E por isso têm direito a ser compensados financeiramente pelo Governo, mas ainda não o são.
Têm o reconhecimento público desta actividade, como ficou patente no inquérito público que recentemente foi feito. Ou seja, foi inquirida a população sobre em quem mais confiava de uma forma geral e a resposta foi pronta: nos bombeiros, foi a afirmação mais conseguida.
Mas se esta é a afirmação da população, a do governo não é menor e continua a ser afirmada, mas não realizada, pois está ainda distante a garantia do financiamento adequado para os bombeiros. Os bombeiros são parceiros de corpo inteiro, mas por vezes não são reconhecidos como tal.
Eles são parceiros para o bem, na emergência pré-hospitalar e o INEM não os reconhece por vezes nessa função, e não lhes paga devidamente pelos serviços prestados à população. Por isso estão indispostos com o INEM, mas nem por isso deixam de fazer o serviço à população.
Para os bombeiros, em primeiro lugar está, e sempre estará, o apoio às populações.
Conheço-os exactamente nesta época natalícia quando outros estão no quentinho do lar com as suas famílias e eles ficam de serviço na noite e no dia de Natal, na véspera e no dia de Ano Novo.
Conheço-os e admiro-os pelas suas capacidades, mas sobretudo pelas suas qualidades morais e humanas.
Não é em vão que as associações de bombeiros são associações humanitárias.
Nesta altura, os bombeiros, soldados da paz, merecem ainda mais os nossos votos de Feliz Natal!
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