Os “sabichões”!

Carlos Pinto

JORNALISTA | DIRECTOR DO "CA"

É certo e sabido que a Internet veio revolucionar por completo a nossa forma de agir e até de trabalhar. O mesmo se aplica às redes sociais, que na última década transfiguraram radicalmente o nosso modo de socializar e interagir com o(s) outro(s).
Num primeiro momento, o surgimento das redes sociais foi de extrema importância para o reforço da ligação entre pessoas e comunidades, para potenciar (re)encontros e também para divulgar informação de uma forma mais célere e objectiva.
Mas, num segundo momento, as redes sociais acabaram por falhar redondamente aquele que era o seu propósito inicial. Porque sendo um espaço livre a aberto a todos, o facto de não ter regulação (ou de esta ser aplicada de forma bastante questionável e sabe-se lá por quem) permitiu que os desvarios fossem surgindo de várias formas.
Os exemplos mais flagrantes são os sucessivos casos de líderes populistas em todo o mundo – Portugal inclusive –, alimentados (e que alimentam) uma turba de internautas transformados em “verdadeiros sabichões”, que peroram sobre tudo, na maior parte das vezes sem saber do que se trata e baseados em boatos e em informação falsa ou “adulterada”.
Os últimos meses, então, tem sido um fartote, com o surgimento de inúmeros “especialistas” em gestão de pandemias, na organização de unidades de saúde, na planificação e aplicação de instrumentos de apoio. Verdadeiros “ministros sem pasta”! O mais engraçado – não fosse grave e trágico – é ver pessoas com responsabilidades sociais e políticas alinhar pelo mesmo diapasão de uma conversa de café alimentada por cervejas e amendoins.

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