O futuro dos Bombeiros!

Carlos Pinto

JORNALISTA | DIRECTOR DO "CA"

Segundo avançou nesta semana o “Diário de Notícias”, em 2004 Portugal contabilizava mais de 41.500 bombeiros voluntários, mas 18 anos depois, em 2022, já só estavam registados cerca de 31 mil no nosso país.
“Há hoje uma atratividade de voluntariado para os jovens com menos risco e menos responsabilidade do que aderirem a um corpo de bombeiros. Porque, logo à partida, têm de fazer 300 horas de formação, piquetes todas as semanas, ficar fora de casa”, justificava na peça o presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses, António Nunes. O dirigente acrescentou ainda que a par da falta de bombeiros voluntários, começam também a surgir problemas nas estruturas das associações humanitárias, com cada vez menos pessoas disponíveis para liderarem os destinos destas instituições.
Com o passar dos tempos, este é um problema que se tem vindo a agravar e que é transversal aos bombeiros de todo o território nacional, seja no interior, onde a demografia também não ajuda, seja no litoral, onde as “ofertas” de ocupação são muito mais vastas (e por vezes mais aliciantes). Quer isto dizer que, hoje em dia, os bombeiros voluntários estão em risco de extinção, pelo que urge tomar medidas que tornem o voluntariado muito mais apelativo, nomeadamente com incentivos ao nível da fiscalidade e outros benefícios. Mas o grande desafio passa mesmo por uma mudança de paradigma na organização deste setor, vital na resposta de socorro e emergência às populações, que deve ser equiparado às forças de segurança e funcionar como tal, gerido por uma entidade estatal e com colaboradores profissionalizados. Caso contrário, os voluntários serão cada vez menos e os riscos cada vez maiores…

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