O ministro da Economia e do Mar, António Costa e Silva, esteve na passada semana em Castro Verde, concelho que tratou de apelidar de “capital mineira do país” e onde defendeu que esta indústria “não é parte do passado”, mas sim “parte do futuro”.
Homem profundamente experiente e conhecedor do setor, o governante não disse o que disse por dizer. Antes sustentou-o factos indesmentíveis, como o caso de o cobre ser “o terceiro metal mais utilizado em todo o planeta”, sem o qual não pode “haver transição energética ou eletrificação da economia mundial”. Em suma, “é um metal estratégico para futuro”, sintetizou Costa e Silva.
Estas palavras servem sobretudo para tranquilizar aqueles que já começaram a ver “nuvens negras” apenas por ter vindo a público a eventual possibilidade de a Lundin Mining vir a vender a mina de Neves-Corvo. Se tal acontecer, não será a primeira mina a ser vendida. Será, isso sim, o mercado a funcionar. Com a certeza que, a concretizar-se tal negócio (para já apenas existente no plano da especulação), haverá sempre futuro em Neves-Corvo. Porque o minério continua lá e a valer muito.
2. Ao fim de 1414 dias em funções, a ministra da Saúde caiu. Marta Temido saiu do Governo por decisão própria, depois de ter enfrentado com nota bastante positiva uma pandemia mundial nunca antes vista. Acabou por não resistir às pressões do próprio setor, comprovando o quanto é difícil “combater” determinados lóbis e o corporativismo instalado em ordens e sindicatos. Como escreveu um médico aposentado nas redes sociais, “há muros, que são difíceis de derrubar”. Sobretudo aqueles que são construídos pelos “grandes defensores” do SNS, mas que pouco ou nada fazem para o preservar – apenas para o “explorar”.