Vivem-se tempos de grande incerteza em todo o mundo. Depois de dois anos a enfrentar uma pandemia sem precedentes, vimo-nos agora “a braços” com uma guerra em plena Europa, que se arrasta há mais de oito meses e que, sem fim à vista, está a mergulhar a economia nas trevas, sem que se veja qualquer rasgo de luz no horizonte.
Devido à invasão do território da Ucrânia pelo exército russo, vimos aumentar brutalmente os preços dos combustíveis, da energia e da alimentação. Em Portugal, como em toda a Europa, também a inflação aumentou a níveis impensáveis (mais de 10%), sobretudo depois da crise causada pela Covid-19.
A resposta das entidades com responsabilidades na matéria, nomeadamente o Banco Central Europeu (BCE), foi a “clássica” (e mais fácil) em situações como esta, ou seja, aumentar as taxas dos juros bancários para travar o consumo e, consequentemente, abrandar o ritmo da inflação.
Contudo, as últimas semanas deixam antever que se pode estar “a matar o doente com a cura”. É que aumentar os juros no atual cenário, em que o problema não é estrutural mas sim conjuntural (pois depende – em grande medida – de voltarmos a ter paz na Europa), pode agravar ainda mais a situação económica das famílias e das empresas.
Talvez por isso não seja de estranhar que muitos governos, entre os quais o de Portugal, já tenham vindo apelar ao BCE para travar o aumento dos juros, o que a estrutura liderada por Christine Lagarde parece querer continuar a fazer até ter a inflação na Europa nos 2%. Esperemos bem que haja bom senso. Caso contrário, a inflação poderá ser o menor dos nossos problemas.

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