“A política de portas abertas sem qualquer controlo deu nisto. O sangue destas vítimas é responsabilidade do criminoso afegão, mas está nas mãos do governo de António Costa” – foi desta forma que André Ventura comentou, na rede social Twitter, o ataque no Centro Ismaelita, em Lisboa, que na terça-feira, 28, provocou dois mortos e outros tantos feridos.
A posição do líder do Chega foi de imediato secundada por muitos dos seus seguidores, uns com mais responsabilidades (inclusive políticas) que outros, e até, de forma dissimulada, por alguns comentadores que foram surgindo ao longo dos dias nas televisões. Isto para não falar dos inúmeros comentários completamente descabidos que se podem encontrar no Facebook.
Este violento e trágico episódio veio, mais uma vez, por a descoberto algo que vai crescendo na nossa sociedade a ritmo avassalador e muito preocupante: a rejeição do outro, daquele que vem de fora e que desconhecemos. Um verdeiro contrassenso quando vivemos a era mais global de sempre, em que as distâncias (e fronteiras) quase não existem.
Bem pode o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, vir a público dizer que, “genericamente, a sociedade portuguesa reagiu muito bem” ao ataque ao Centro Ismaelita de Lisboa e que o facto “de termos quase 900 anos quer dizer que já vimos de tudo”. Até pode ser assim numa larga franja da população, mas o “vírus” do extremismo já chegou a Portugal e é preciso combatê-lo urgentemente. Caso contrário, mais cedo que tarde poderemos estar “a chorar sobre o leite derramado”.

GBH e Onslaught no Mira Fest em Odemira
Os britânicos GBH e Onslaught, assim como os portugueses Mata Ratos e Corpus Christii, são algumas das bandas confirmadas na edição deste ano do Mira