Exemplos que fazem a diferença

Dário Brissos

Na última edição deste jornal li um artigo de opinião que pouco ou nada de interessante disse. O que deveria ser uma “carta aberta” com um conteúdo público e que defendesse os interesses da região, era sim, um ataque pessoal. Seria melhor que essa carta fosse privada, com um emissor e um receptor, escusando envolver terceiros na mensagem.
Percebi que a inspiração teve como ponto de partida uma crónica assinada pelo actual vereador da cultura de Beja numa rádio local. Uma crónica pessoal, com sentimentos próprios e optimista com o futuro da cidade de Beja.
Numa região escassa de cultura como a nossa, notou-se ao longo do ano anterior uma mudança. Para melhor, claro. Só não vê quem não quer. Agradar a gregos e troianos é sempre complicado, mas o artigo de opinião recorda-nos subtilmente uma questão pessoal, porque o mano viu cortado quase metade do seu subsídio à companhia Lendias d’Encantar. O mano que deveria estar em Cuba, mas afinal não está.
Em Beja, assim como na região e sem especificar casos concretos, existem companhias de teatro que sobrevivem sem essa subsídio-dependência. Outras, com verba minguada, continuam a lutar e a apresentar peças “fantásticas” e até mesmo cool. Numa altura de contenção orçamental, acho muito bem que seja analisado o destino das verbas públicas, porque existem companhias profissionais de barriga cheia a realizar três peças num ano, enquanto outras companhias realizam o dobro ou o triplo dos espectáculos – o ano de 2010 foi um bom exemplo.
Beja precisa de optimismo, porque a credibilidade na classe política está em baixa e os grandes projectos impulsionadores da região seguem o mesmo caminho. Não vamos agora começar a enviar cartas abertas a todos aqueles que não pensam da mesma maneira que nós.
É preciso sentir optimismo nos projectos daqueles que estão em cargos políticos, pois têm a responsabilidade acrescida de nos convencer que estão a trabalhar para isso. Se eu vir entusiasmo e dedicação naqueles que governam, melhor ainda. Podemos não estar muito entusiasmados com o futuro, mas exemplos como este podem fazer a diferença.

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