25 de Abril de 1974, dia da revolução que, rapidamente, se transformou num tempo de esperança, de um Portugal livre, próspero e solidário. Portugal cumpriu, com relativo êxito, ao longo destes anos uma parte significativa dos objectivos da Revolução de Abril.
Construímos uma democracia política pluripartidária, um regime de liberdade e tolerância e levámos a cabo a descolonização dos antigos territórios ultramarinos e, independentemente dos erros cometidos, conseguimos estabelecer relações de estreita colaboração e amizade com os novos países, motivo pelo qual nos devemos orgulhar.
Foi importante que assim tivesse acontecido.
No entanto, para além da democracia e da descolonização existe um outro objectivo – o desenvolvimento de Portugal – que, não obstante termos melhorado, significativamente, os níveis de investimento público e de desenvolvimento económico e social, volvidos estes anos, constatamos que o progresso pleno e equilibrado ainda não foi alcançado.
Muitas das legítimas expectativas dos portugueses de acederem a níveis de qualidade de vida, equiparados aos dos cidadãos dos Estados Europeus mais prósperos, aguardam por melhores dias.
Como é sobejamente conhecida, a situação económica e financeira de Portugal é grave e exige, uma vez mais, sacrifícios a todos nós, em nome de um futuro mais seguro e sustentado.
Infelizmente, a palavra crise desde há muito que entrou nas nossas vidas e tornou-se num problema cíclico em Portugal.
Trata-se de um problema com contornos alargados, resultante de múltiplos factores, dos quais se destacam os níveis educacionais e a postura cívica dos cidadãos face ao necessário empenhamento, de forma a alcançar patamares de maior produtividade e ainda a ausência de estratégias e de políticas governativas adequadas.
Acresce que as assimetrias sociais são cada vez maiores, surgiu uma nova classe de pobres e de excluídos, o desemprego continua a crescer e as famílias portuguesas vêem aumentar os seus níveis de endividamento.
Um país que não consegue estabelecer o equilíbrio entre as suas receitas e despesas, que aumenta brutalmente a sua dívida externa e que tem uma taxa de desemprego sem paralelo, terá, inevitavelmente, o seu futuro hipotecado.
De forma a inverter esta situação, importa que, quer o Estado quer a sociedade portuguesa, encontrem caminhos inovadores bem como soluções alternativas, que potenciem os nossos recursos humanos e materiais, de forma a ficarmos menos dependentes do exterior.
Esta estratégia, para além de nacional, também deve comportar uma dimensão regional e local.
Como tal, e seguindo uma estratégia que entendo adequada para o concelho de Almodôvar mas que, grosso modo, também se poderá aplicar quer à região quer ao país, destaco os seguintes vectores:
• A educação e formação adequada de todos os cidadãos, para que possamos melhorar a nossa postura perante o trabalho e a produção de riqueza.
• O aproveitamento dos nossos recursos, com especial enfoque para as energias renováveis, essenciais a uma maior autonomia nacional em matéria energética.
• E a redução da despesa pública, sem que tal signifique o habitual ataque aos trabalhadores da administração pública ou aos sectores mais desfavorecidos da sociedade, mas antes eliminando o desperdício, designadamente nos gastos supérfluos do Estado e na manutenção de serviços públicos que se mostrem manifestamente desnecessários.
Trata-se pois, de uma tarefa que requer um grande equilíbrio, mas se for efectuada com seriedade e justiça, falando verdade ao país, poderá mobilizar os portugueses. Só assim, poderemos vencer este período difícil da nossa vida colectiva.
PS de Castro Verde acusa CDU de “falta de respeito e responsabilidade pública”
O PS de Castro Verde acusa a CDU de “falta de respeito e de responsabilidade pública”, devido ao facto de há seis reuniões consecutivas da