A dignificação da carreira política passa também, entre outras coisas, por assumir em pleno o compromisso travado com os eleitores. Como um contrato que se estabelece entre quem se propõe a desenvolver um projecto e quem o legitima através das urnas. O voto é um direito adquirido, mas honrá-lo como merece, é, infelizmente assim não acontece, sinónimo de que a democracia cresce e amadurece num desenvolvimento sustentado onde os seus cidadãos são seres activos nos seus direitos e nos seus deveres. Os rostos que dão a cara para representar as suas gentes são os maiores responsáveis pela credibilização da democracia junto dessas mesmas gentes. Não faz sentido, embora facilmente explicável pelo conjunto de interesses políticos e obscuros que rodeiam os cargos públicos, que os mandatos se tornem meio-mandatos ou um quarto de mandatos conforme a vontade do freguês. Descredibilizam a democracia todos os indivíduos que concorrem a um cargo público através do processo eleitoral, seja presidente de câmara, presidente de junta de freguesia, presidente da assembleia municipal e depois não o cumprem na totalidade porque ali ao lado a capoeira da minha vizinha é maior que a minha. Descredibilizam a democracia todos os deputados que dão a cara nas campanhas eleitorais e encolhem o rosto sem dar pena nem paixão. Campanhas, essas, não será demais realçar, pagas pelo dinheirinho que sai dos nossos bolsos. Ficando os quatro anos em meio de se cumprirem. É certo que para alguns, serviço público é coisa que não se exerça a uma sexta… Que a seguir vem o sábado e toda a gente merece sopinhas e descanso. Mas o que é imperioso entender e mais ainda nos partidos políticos, é que quem é eleito não o é para servir estratégias dos partidos que os propõem. Quem é eleito fica automaticamente mandatado para servir populações. Labutando arduamente para melhorar as suas condições de vida. Quem é eleito tem de saber que o serviço público lhe exige muito. Mas que em troca do sacrifício familiar, profissional e até social existirá a satisfação pessoal de um dever senão plenamente cumprido, pelo menos em parte atingido. Quem se candidata, que o faça entender a quem o propõe: é pelo meu partido que dou cara, mas será pelos meus cidadãos que vou até ao fim. A credibilização dos próprios actos eleitorais passa exactamente por arrancar as pessoas de casa e lhes mostrar que vale a pena exercer o direito e o dever de votar e que é para elas e por elas que a democracia existe.

Castro Verde recebe Mega Encontro Jovem de atletismo
Mais de uma centena de atletas vai participar, neste domingo, 3, no Mega Encontro Jovem de Atletismo de Castro Verde, que vai decorrer na pista