Democracia sempre!

Carlos Pinto

JORNALISTA | DIRECTOR DO "CA"

O Chega nasceu como um partido “do contra”. Contra os emigrantes, contra a corrupção, contra os “tachos”, contra tudo e mais alguma coisa desde que valesse atenção mediática e seguidores nas redes sociais e demais fóruns de debate.
Com o passar dos anos, o partido foi-se afirmando eleitoralmente, à custa do carisma de um “querido líder”, bem falante e que não deixa os outros falar, enquanto tenta passar a sua mensagem enviesada, truncada e muitas vezes falsa envolta num discurso enérgico, contundente e ofensivo.
O certo é que, eleição após eleição, o Chega deixou de ser um fait divers e aquele apontamento de reportagem que tanta imprensa nacional gosta de destacar, em jeito folclórico e sem uma verdadeira reflexão sobre os fundamentos deste movimento, para se tornar num caso sério na política nacional.
Por isso, estamos como estamos – o Chega é o segundo partido com mais deputados na Assembleia da República, o terceiro mais votado em legislativas e, desde 12 de outubro, até já têm câmaras municipais sob sua gestão.
O próximo “alvo” do partido é a Presidência da República, com André Ventura a ter legítimas possibilidades de chegar, no mínimo, a uma segunda volta, alicerçado em hordas de apoiantes que não olham a meios para o colocar no Palácio de Belém.
Neste caminho, o partido foi também deixando cair “a máscara” de democrata, seja nos mais recentes cartaz colocados em diferentes pontos do país ou, sobretudo, nas declarações públicas de que eram precisos “um novo regime” e “três Salazares para pôr Portugal na ordem”.
Num tempo em que a ficção parece ocupar o lugar da realidade e em que a memória é algo colocado a um canto, o nosso caminho não pode passar por aí. Nunca, nunca mais. Que todos tenhamos essa consciência e que façamos tudo para não voltarmos a 24 de abril de 1974.

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