Li recentemente, aqui neste mesmo jornal (edição 34 de 24/11/06), um editorial do seu director onde, justificadamente, tecia críticas às oposições no distrito de Beja. Porque estas, passado o empenho das campanhas, esqueceram por completo o que prometeram e não fiscalizam o cumprimento das promessas dos que foram eleitos. O silêncio, segundo o director do “Correio Alentejo”, chega a parecer conivente.
Não vem ao caso qualquer resposta ao editorial, tão-somente porque do que escreveu, e sendo eu membro do PS Castro Verde, revejo-me apenas, e perdoem-me a imodéstia, nas “excepções” que nesse mesmo editorial referiu existirem.
Gostaria antes de chamar à atenção para o muito que as oposições fazem mas que não passa para a opinião pública. Talvez porque os seus actores não façam parte do grupo dos que, nas últimas décadas, têm ocupado o poder e, habilmente, silenciado a comunicação social local. Dou como exemplo dos silêncios que imperam a última Assembleia Municipal de Castro Verde. Perante o deserto de assuntos que motivem o aparecimento da população e que sejam geradores de verdadeiros debates políticos e de confronto de ideias, resolvi chamar à atenção para o problema dos sistemas de distribuição de água em alta. Fi-lo, logicamente, na qualidade de munícipe, mas cuja condição de presidente da Concelhia de Castro Verde do PS é indissociável. O repto para que o debate se fizesse foi lançado no início da Assembleia. Mais de duas horas depois, a senhora presidente da Assembleia preparava-se para encerrar a reunião sem que nada, sobre o assunto, tivesse sido dito. Foi por iniciativa de um deputado municipal eleito pelo PS que a matéria voltou à liça. E já que todos achavam o assunto desinteressante, propus que fosse o executivo a pronunciar-se sobre o tema. O presidente fez uma elucidativa explicação do que está em causa e quais as opções que irá seguir. O assunto foi abordado por cerca de 40 minutos.
O caricato da situação veio depois. A comunicação social ali presente anunciou, com pompa e circunstância, que o “presidente da Câmara de Castro Verde vai provocar o debate sobre os sistemas de distribuição de água, nos órgãos do município”. Nem assim foi feita justiça à Oposição. Precisamente aquela que desencadeou já o debate.
Nesta mesma Assembleia, no período antes da ordem do dia, foram apresentados uma série de assuntos, de entre os quais uma proposta de adesão ao movimento BAAL 21. Essa incrível invenção das forças políticas que, nos últimos 30 anos defenderam o Alentejo único e centralizador, agora, com receio de perder o poder maioritário que as populações lhes começam a negar, resolveram abraçar como causa as ideias que até aqui combatiam.
O documento, que noutras Assembleias Municipais surgiu com cerca de 15 dias de antecedência e constou da ordem de trabalhos, em Castro Verde surgiu timidamente. Sem se fazer anunciar. Mas, estranhamente, assumindo-se sempre como um movimento abrangente perante a sociedade civil e defensor do progresso do Baixo Alentejo e Alentejo Litoral.
Então, se assim é, porque não se fez anunciar com a antecedência devida aos deputados municipais? Porque é que surge em cima da hora e logo com proposta de voto? Estou em crer que, face à oposição que tem tido, não restava senão aos apoiantes do BAAL 21 naquela Assembleia tentarem fazer com que, uma vez mais, não se debatesse, não se questionasse, e apenas o voto de algum deputado menos informado legitimasse a farsa. Uma vez mais, o munícipe ali presente apelou à Assembleia para que rejeitasse a adesão e o assunto foi adiado.
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