Como o tempo voa!

Sexta-feira, 17 Março, 2023

Napoleão Mira

Escritor

Passaram assim, num ápice, dezassete anos desde a fundação do “Correio Alentejo”.
Resistir à voragem dos tempos, das modas, das novas ferramentas eletrónicas, mais do que teimosia tem sido um desafio e um ato de coragem.
Se em 2006, criar um jornal regional em papel já era, só por si, um quase suicídio empresarial, mantê-lo tem sido um exercício de permanente reinvenção.
Numa região cada vez mais envelhecida e despovoada, este resistente periódico quinzenal continua – a par dos modernos meios de comunicação – a levar no formato papel à casa dos seus leitores e assinantes as notícias do interesse dos que carregam planuras no coração.
Há tempos, contava-me um conterrâneo emigrado por terras helvéticas, que apesar de ter acesso às notícias quase instantaneamente através da Internet, era com um indescritível sentimento que, no dia em que recebia pelo correio o jornal, o devorava sôfrega e demoradamente, como se de novas da família se tratassem.
São exemplos como este que nos fazem persistir; que nos dizem continuar a valer a pena e nos incentivam a prosseguir.
Como o tempo voa!
Em 2006 as redes sociais ainda não tinham invadido as nossas vidas. Com a sua chegada, democratizou-se o acesso a todo o tipo de informação, incluindo a não informação ou a famigerada informação falsa (fake news), essa espécie de pandemia que corre transversalmente pelos nossos telefones inteligentes (smart phones), mediocrizando opiniões, mudando mentalidades ou influenciando decisões.
Dou este exemplo porque, de repente, o nosso mundo mudou!
Passámos a ser constantemente vigiados, a nossa vida é gerida por algoritmos e, quase sem nos apercebermos, passámos a ser “autómatos do dono a funcionar barato”, como diria Almada Negreiros.
Sendo a informação o combustível que alimenta os jornais, esta deve ser fidedigna, transparente e independente.
Esse continuará a ser o propósito e o compromisso com os nossos leitores.
Em número comemorativo deve desejar-se longa vida ao aniversariante. No caso do “CA”, estou certo de que por cá andará muitos e longos anos, assim os seus leitores e anunciantes o desejem.
Parabéns!

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