A criação em Beja de um cluster aeronáutico como projecto de desenvolvimento estruturante de âmbito nacional é condição indispensável e fundamental para a viabilidade e sustentabilidade do seu tão ambicionado aeroporto civil.
Esta tem sido a minha opinião, desde a primeira vez que o projecto da infraestrutura do aeroporto me foi oficialmente apresentado pelo então presidente da EDAB, e, daí para cá, tudo tem evoluído no sentido de confirmar os meus argumentos e me dar razão.
O aeroporto civil, só por si, sem enquadramento e integração num verdadeiro e efectivo projecto de desenvolvimento ancorado num cluster aeronáutico nacional, dificilmente descolará nos próximos 15 anos.
Na verdade, “como se verifica, os propósitos enunciados por diferentes entidades para a viabilização do aeroporto civil de Beja são os mais diversos. Está-se perante um check list de ideias, evidenciando o princípio de quantas mais melhor, baseado na premissa de que alguma poderá ser a ‘premiada’ para o fim em vista. Não parece ser esta a melhor forma de viabilizar o projecto do aeroporto. O que isto prenuncia é a dificuldade em conferir sentido ao projecto, nos seus propósitos últimos.”(J.A. Felício)
Ainda recentemente foi confirmado em reunião realizada pela Turismo do Alentejo, em Beja, que só existirão passageiros e carga potenciais que viabilizem e dêem sustentabilidade económica e financeira à exploração daquela infraestrutura no horizonte de 10 anos.
A aposta terá por isso que ser, como defendeu o prof. J. A. Felício, na criação de um cluster aeronáutico nacional com o pólo em Beja, com alta intensidade tecnológica aeroespacial e investindo fortemente na concentração empresarial no sector da indústria aeroespacial
Para que este projecto avance é indispensável que a Câmara de Beja assuma um papel pró-activo e de liderança que lamentavelmente não tem tido até aqui.
A autarquia tem que definir uma estratégia clara a este respeito e consensualizá-la com os principais parceiros para avançarem depois em conjunto para a sua operacionalização num quadro de responsabilização de cada um dos actores, Governo incluído. Nesta óptica, não poderá a Câmara de Beja deixar de assumir claramente e programar de imediato os projectos, acções e obras que são manifestamente da sua competência.
Só assim terá a credibilidade necessária e suficiente para fazer ouvir a sua voz junto do Governo e demais poderes, exigindo a criação do “Cluster Aeronáutico Nacional” em Beja, canalizando para aqui as mais importantes indústrias aeroespaciais
Mas, infelizmente, o PCP na Câmara de Beja, por falta de visão e de estratégia, mas também por razões de táctica politico-partidária que o obrigam a criar permanentemente capital de queixa contra o(s) governo(s), não será capaz (nunca foi) de desempenhar esse papel de liderança e coordenação deste projecto, ficando-se sempre por meras questões processuais e reinvidicações relacionadas com a construção da infraestrutura aeroportuária que, como era de prever, ficaram resolvidas a partir do momento em que o actual Governo decidiu avançar definitivamente com a obra, como previsto e prometido.
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