A nossa região é anormalmente pequena. Não falamos em termos territoriais, como é bom de ver, mas particularmente na débil estrutura socioeconómica e na falta de população que tem, realidades endémicas e profundamente estranguladoras para o seu desenvolvimento, entendido aqui de uma forma alargada e não balizada entre os conceitos de crescimento económico e criação de riqueza, ou outros quantos tão amados das sempre inovadoras e camaleónicas concepções liberais da economia. Naturalmente que estas debilidades geram outras que, sucessivamente, retraem as mais simples e elementares relações entre as pessoas e as instituições. E, em alguns sectores, como é o caso da comunicação social, onde o mais comum dos cidadãos gostaria de ter a certeza de encontrar verticalidade, isenção e, naturalmente, opinião bem formada, raramente o encontra. Transportam-se bandeiras quando, acima de tudo, deveria existir informação e formação. O tratamento que é dado pela comunicação social ao que se passa no seu espaço de intervenção é, cada vez mais, orientado por cores, colorações, tingimentos e interesses particularmente direccionados. Naturalmente que podemos ter interesses de agenda, subentender a notícia que mais vende, publicar ou anunciar daqui para ter publicidade ali. É necessário sobreviver e a comunicação social, naturalmente, precisa saber lidar com a informação para sobreviver. Contudo, há situações que são demasiado evidentes e tortuosas. E até difíceis de perceber. A título de exemplo veja-se a XX Quinzena Cultural que ao longo de 16 dias decorreu em Castro Verde. Com a apresentação de livros, exposições, feiras do livro, espectáculos com artistas de primeira água, dança contemporânea, fados, jazz, música tradicional, debates, eu sei lá… e que notícias destes acontecimentos saíram na comunicação social regional? O Rodrigo Leão numa localidade do distrito teve destaque em vários locais. A sua passagem por Castro Verde? A abertura de uma biblioteca numa localidade do distrito teve destaque em vários meios de comunicação social. A abertura de mais um pólo da Biblioteca de Castro Verde, neste caso em Casével? A Feira do Livro em duas ou três localidades do distrito tiveram destaque. A que se realizou em Castro e nas restantes sedes de freguesia do concelho? Há de facto um silenciar do trabalho de algumas pessoas e instituições que dói. Uma espécie de lápis azul que tanto se combateu, mesmo em alguns meios de comunicação social alimentados por dinheiros públicos, no pós-25 de Abril… E afinal, parece que estes pequenos tiques estão cada vez mais vivos e feitos à medida do freguês.

Castro Verde recebe Mega Encontro Jovem de atletismo
Mais de uma centena de atletas vai participar, neste domingo, 3, no Mega Encontro Jovem de Atletismo de Castro Verde, que vai decorrer na pista