Carta aberta

Quinta-feira, 17 Setembro, 2020

Hugo Lança Silva

professor do ensino superior

Fui apoiante do Jorge Pulido Valente. Por convicção, sem lhe pedir nada, recusando tudo! Porque Beja precisa terrivelmente de mudar de vida! Quando fui o pai da expressão “o último executivo foi o pior de sempre na cidade”, não o afirmei porque a frase era eleitoralmente deliciosa: fiz a afirmação porque é axiomático que o mandato do dr. Fransciso Santos foi demasiado mau para ser verdade! Apesar da honestidade e vontade de mudar de Francisco Santos: mas uma vontade que foi impotente para se livrar da teia de interesses mesquinhos, das cumplicidades egoístas e do clientelismo que encontrou e não conseguiu vencer!
Depois de uma gestão tão ruim e com a actual oposição, comprometida e patética, sem uma ideia, uma proposta, um projecto, excepto a maledicência, é fácil ao Jorge fazer melhor! Sejamos honestos: o Rato Mickey fazia um melhor trabalho que o anterior executivo! Mas Jorge, se para os oportunistas que apenas sonharam mudar as moscas, ser menos mau que os outros é suficientemente bom, quem lutou tanto com dignidade por este projecto exige mais, muito mais de ti!
Passou um ano das eleições, pelo que vamos enterrar definitivamente o passado: já toda a cidade sabe que eles foram irresponsáveis nas contas, que favoreceram os seus correligionários, que se preparavam para invadir a Câmara com mais dois autocarros de militantes e tudo o resto, pelo que, já chega! Entristece-me ver-te a discutir com eles, como se eles estivessem ao teu nível. Obviamente que encontraste muitas pedras no caminho: mas as pedras não se movem com queixume, as pedras guardam-se para mais tarde construir um castelo!
No balanço de um ano de mandato, vamos enterrar o passado e falar de futuro: recordar a necessidade de fazer de Beja Capital, de construir uma cidade que seja um farol para o desenvolvimento de uma região, que saiba apostar nas áreas fundamentais, mormente a doçaria, o vinho e o azeite, o aproveitamento económico do aeroporto, na conciliação entre os velhos e os novos saberes. Uma cidade de todos, que conte com todos, independentemente das suas convicções ideológicas! Uma cidade que se desenvolva a partir do centro histórico, que consiga investir na sua recuperação do património, uma cidade com cultura e eventos, que saiba apostar os parcos recursos no que temos de excepcional para oferecer!
Informalmente sei que há muito trabalho de casa a ser feito: mas é crucial conseguir informar e explicar aos munícipes o que está a ser feito, envolver a cidade num projecto colectivo, porque a cidade não cresce através de um presidente e três vereadores: é preciso congregar a gente boa e honesta nessa cidade num projecto colectivo, onde haja espaço para ouvir todos, mobilizar os bejenses para o processo de reconstrução da nossa cidade, recuperar o espírito do “nosso partido é Beja”, melhorando os mecanismos de democracia participada.
Jorge, só por demasiado desleixo ou incúria podes perder a Câmara para este PCP: mas o importante não é ganhar a Câmara: o desafio é fazer de Beja a cidade com que sonhámos. Eu, ainda acredito! Ajudem-me a não perder a esperança!

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