Beja Wine e bombeiros

Quinta-feira, 17 Setembro, 2020

Rodeia Machado

técnico de segurança social

Que a crise obriga a cortes já todos sabemos. Mas o que não compreendemos nem aceitamos é que haja cortes de verbas para as coisas fundamentais e se continue a gastar noutras, que não deixando de ser importantes não são, em meu entender, tão prioritárias assim.
Passo a explicar:
A festa da promoção do vinho, no castelo de Beja, organizada pela Câmara Municipal de Beja, deixou boquiabertos alguns, dado tratar-se de um evento para a cidade, mas que foi limitado a quem tinha verdadeiramente dinheiro para ali se deslocar (a entrada custava 25 euros!) e nos tempos que correm existem mesmo muitas dificuldades.
Mas a festa teve muitos convidados que não pagaram e sabe-se que a Câmara de Beja, ou mais propriamente o Município de Beja, teve de abrir os cordões à bolsa, pois apesar de ser financiada por verbas comunitárias, a verdade é que teve de haver gastos por parte da organização e estes foram do Município de Beja.
Não se contesta, nem essa é a nossa postura, a organização de eventos, pois eles são importantes para o Município e para a cidade. E a festa do vinho é daqueles eventos que há muito a cidade merece, mas os munícipes também. E por isso o que criticamos é o facto desse evento ter sido quase fechado à comunidade pelos preços praticados.
Quando questionado sobre a matéria na Assembleia Municipal, o presidente disse apenas que é um evento importante e que quem critica é porque não percebe o que verdadeiramente está em causa. Pois!
Como comparação, ou talvez não, apenas para que se percebam os critérios por parte do presidente, vou apenas esclarecer o que se passa em relação à criação de uma Equipa de Intervenção Permanente nos Bombeiros Voluntários de Beja.
O programa do Governo aponta no sentido da criação de Equipas de Intervenção Permanente nas associações humanitárias de bombeiros que, como se sabe, são entidades detentoras dos corpos de bombeiros. Essas equipas são compostas por cinco elementos (bombeiros) que de forma permanente e articulada com outros existentes garantem o combate a incêndios e catástrofes.
É uma responsabilidade repartida pelas câmaras municipais e pela Autoridade Nacional de Protecção Civil, cujos encargos são 50% para cada entidade.
Ora, para Beja foi atribuída uma equipa cujos custos rondaria os 35.000 euros anuais para o Município de Beja. E igual verba para a Autoridade Nacional de Protecção Civil.
Claro que a referida equipa só pode ser criada se a Câmara Municipal de Beja a isso der consentimento! E não deu. Ou seja, o presidente da Câmara Municipal de Beja, dr. Pulido Valente, diz que não é prioritário, dado que o Município tem que cortar verbas. Pois!
E foi logo nos Bombeiros que tiveram de cortar. Para bom entendedor, meia palavra basta.

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