Beja – Cidade com Futuro

Carlos Monteverde

<b>1. </b>A cidade de Beja está para durar e recomenda-se. Como já aqui escrevi, passaram de moda e já não há pachorra com os choradinhos sobre os alentejanos abandonados e a quem ninguém ligará.
Beja, a cidade dos que cá nasceram e daqueles que aqui vivem, de todos os que dela gostam, tem motivos e oportunidades para que o futuro nos estimule e possa fazer sorrir.
Desde o Poder Local, que na maioria dos concelhos mostrou ao país que os alentejanos sabem valorizar as suas terras e as suas gentes. A vários empresários que demonstraram que também no Alentejo se pode criar riqueza, emprego e inovação. A eventos locais com dimensão nacional, como a Ovibeja, que durante uma semana traz o país até à nossa cidade.
Todas estas coisas, felizmente, ninguém as deu a Beja ou ao Alentejo. Foram muitos dos nossos autarcas, empresários vários, como Leonel Cameirinha, Castro e Brito e uma vasta equipa, que as fizeram e bem.
Agora, para além do início das obras do aeroporto, fala-se na vinda da manutenção da TAP para o mesmo, com o potencial de dinamização económica e criação de emprego que pode gerar. Esta é uma das muitas potencialidades que não podemos deixar de aproveitar. Para além da projectada “cidade do cinema” e dos múltiplos aproveitamentos de Alqueva, desde a energia eléctrica ao regadio e ao turismo. Cada um, à sua dimensão, em termos pessoais e colectivos, vamos obrigatoriamente estar disponíveis. Vamos com entusiasmo, com lucidez e argumentos, contribuir para que na nossa terra haja mais investimento e criação de riqueza e menos motivos para os subsídios de pobreza ou outros, que nada resolvem mas tanto escondem.

<b>2. </b>O actual conselho de administração do Hospital de Beja prestou contas à cidade do seu primeiro ano de actividades. A recuperação económica baseada num investimento mais adequado, com diminuição das despesas e melhor cobrança das receitas, permite, acima de tudo, criar bases mais estruturadas, tanto no plano material como pessoal, para a melhoria da qualidade assistencial aos doentes do distrito. Também um exemplo e um incentivo para todos, assunto que irei desenvolver em próxima oportunidade.

<b>3. </b>O “Paulinho das Feiras” fez este fim de semana um congresso com os seus amigos. Numa sala enorme, cheia de um vazio confrangedor. Em salas pequenas, basta o seu sorriso para as encher. Nas salas maiores, para além dos amigos, seria preciso ter militantes. Mas teve a publicidade da TV, como o Hospital da Luz teve o Eusébio. Agora aquela de falar nos reformados e nos desprotegidos deve vir do tempo em que se passeava de Jaguar por Lisboa…

<b>4.</b> E pela importância de que se reveste para o país, deixem-me dizer umas coisas sobre o “populismo” barato que está a envolver as eleições para a Câmara de Lisboa. É permitida pela Constituição da República a constituição de listas partidárias e de listas independentes para concorrer às autarquias. Tudo bem. Algumas listas independentes até já ganharam eleições. O povo é soberano. Mas o trajecto de oportunismo da independente com 15 dias de evolução, Helena Roseta, é hipócrita e medíocre. Bem na linha do seu companheiro de luta Manuel Alegre, que aqui denunciei nas presidenciais e de que o abandono de algumas figuras ilustres da chamada “candidatura cívica e da cidadania” confirmariam o que escrevi.
Helena Roseta foi militante do PSD. Até perder a sua influência e possibilidade de nomeações. Mudou então para o PS. Onde construiu uma trajectória igual. De onde agora saiu pelos mesmos motivos. Mas com uma motivação extra. É que se o Manuel conseguiu nas Presidenciais à volta dos 20%, porque não ela também em Lisboa? Os partidos não me nomeiam? Ai é? O PRD de má memória, nasceu, cresceu e morreu com a mesma argumentação. Os portugueses apoiaram uma primeira vez. Logo perceberam. E os castelos de areia, caem todos.
Porque, de facto, o problema da Câmara de Lisboa parece residir num amontoado de suspeições sobre negociatas, gente a mais, montes de assessores e parasitas para além de desempregados políticos, tudo a mamar dum orçamento que não chegava, mas chegou para autodestruir uma presidência que já nem era.
Dizem até que é um espelho maior de outras câmaras mais pequenas. E que me lembre, com a excepção do vereador do BE, Sá Fernandes, nunca ouvimos ninguém denunciar nada. Estava tudo à espera de ser nomeado. E como não foram, aí estão eles, perfilados para fazer a comunhão solene. Quais Bentos XVII, mais papistas que o Papa Bento XVI. E vão falar da cidadania, da transparência de processos (talvez idênticos aos que utilizaram nas suas militâncias partidárias), e de que o mal está nos partidos, principalmente depois de terem de lá saído. E certamente que os partidos não primam, em tantas ocasiões, pela sua ética de processos. Todos eles. Mas a falta de ética combate-se com ética sem falta. O populismo não é um combate, mas um oportunismo barato, ainda que por vezes com resultados.
Não tenho dúvidas de que neste país das Floribelas, a publicidade enganosa continua a vender. Mas também há os livros amarelos, nos serviços e na vida, para reclamar. E apesar dos ventos parecerem contrários, há sempre alguém que diz não.

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