O escaldante Verão de 2010 está a pouco mais de uma semana, no calendário, de nos deixar. À boa maneira portuguesa nada como fazer um curto balanço do que foram estes três meses que terminam em 22 de Setembro. O que teve de bom, o que teve de mau. Não utilizarei nenhuma escala, nem nenhum método mais ou menos científico para chegar às conclusões que enumero.
<b>Comecemos pelo pior:</b>
– Os incêndios que marcaram os meses de Julho e de Agosto no nosso país. Uma tristeza ver um país em chamas com mãos mais ou menos criminosas por trás;
– A desastrada proposta de revisão constitucional do PSD. O primeiro grande tiro no pé da direcção de Pedro Passos Coelho e quiçá o princípio de uma gloriosa caminhada para nova derrota eleitoral em 2011 ou em 2013;
– O candidato presidencial apresentado pelo PCP. Apetece perguntar aos dirigentes da Soeiro Pereira Gomes se conhecem alguém mais ortodoxo sem terem de procurar numa península da Ásia;
– As vuvuzelas. O primeiro Mundial em solo africano fica negativamente marcado por esse pseudo-instrumento irritante. Retiram o som dos cânticos dos estádios de futebol, abafam as manifestações dos adeptos e, em resumo, matam o futebol e a emoção que lhe está associada. Vou ser muito directo: cada vez que vejo (ou oiço) uma coisa dessas apetece-me pisá-la e parti-la!
– Colocar nas mãos das autarquias a possibilidade de decidirem sobre a abertura, ou não, das grandes superfícies comerciais aos domingos e feriados nacionais. Parece-me perverso. De resto, sou absolutamente contra abertura desses estabelecimentos – e de outros que actualmente abrem –, nesses dias por motivos que, se desenvolvesse, valeriam uma crónica por si;
– O caso Casa Pia, respectivo acórdão, os debates anteriores e posteriores, as entrevistas às partes envolvidas, a intolerância, os recursos, os julgamentos populares, etc. Tudo muito mauzinho. De fio a pavio;
<b>O Melhor: </b>
– A ligação da barragem do Alqueva ao Roxo. O sonho concretizou-se no passado dia 7 de Julho. A grande barragem-mãe do Sul já chega ao Roxo para alívio das populações dos concelhos de Aljustrel e de Beja. Embora a água seja um recurso precioso e escasso, dificilmente no futuro conheceremos as carências grandes que vivemos em períodos de seca e que tanto afectou populações e agricultores;
– O trabalho incansável dos nossos bombeiros, membros da protecção civil, militares, autarcas e muitos cidadãos anónimos que de forma louvável, a todos os níveis, se bateram contra o fogo que nos consumia enquanto muitos portugueses desfrutavam das merecidas férias à beira-mar. Aos que morreram nessa luta presto homenagem. Aos restantes dirijo cumprimentos;
– O trabalho de resgate dos mineiros presos no fundo do Chile. A coragem e a vontade dos homens no fundo, bem como a força e a entrega de quem à superfície os tenta resgatar, merecem nota máxima de admiração. Agora falta chegar aquele dia de Novembro que todos aguardamos. Agora falta assistirmos a 33 finais felizes. Muito bem as autoridades e as equipas de resgate chilenas;
– A BejaWineNight. Envolta nalguma polémica de reduzido sentido. Foi o melhor e mais marcante acontecimento da cidade de Beja dos últimos anos. Pegou de estaca logo à primeira. Um marco de grande qualidade para promover e vender a nossa região no exterior;
– A contratação do guarda-redes Roberto, por mais de 8 milhões de euros (!), pelo Benfica. Como sportinguista confesso que sempre que sei que ele alinha, não perco um jogo do “glorioso”!