Auto-retrato

Luís Dargent

dirigente do CDS

Antes de vos começar a “moer” com as minhas impertinências queria agradecer ao director o convite que me fez para colaborar neste jornal, esperando que não se arrependa, e fazer uma breve apresentação da minha pessoa.
Tenho 49 anos, medianamente conservados (ninguém me dá mais de 48!), produto de uma juventude com sobreutilização de alguns órgãos e subutilização de outros, o fígado e o cérebro respectivamente (acho prudente esclarecer).
Sou católico apostólico romano, ungido com quase todos os sacramentos, menos praticante do que o desejável e atribuo a culpa das minhas fraquezas, não a uma religião demasiado rigorosa, mas a um espírito demasiado fraco.
Dou grande importância à família, à minha em particular e à instituição em geral, apesar de, mea culpa, um divórcio e viver actualmente muito confortavelmente em união de facto.
Sempre frequentei o ensino público, com entradas de leão (escola primária e ciclo preparatório) por responsabilidade de excelentes mestres, e saídas de sendeiro (liceu e principalmente faculdade) por culpas maioritariamente próprias.
Milito confortavelmente no Sporting e CDS-PP há muitos e bons anos, e nunca tive, quer num caso quer noutro, sobressaltos de monta.
Apesar de não acreditar muito nos chavões de esquerda e direita, porque:
– Olho primeiro para o indivíduo do que para o colectivo;
– Dou mais valor à generosidade do que à caridade e/ou solidariedade;
– Acho que a iniciativa privada consegue gerar mais riqueza do que o Estado;
– Prefiro uma autoridade sem autoritarismo a uma desordem militarizada;
– Defendo a liberdade das maiorias ante a ditadura das minorias;
– Gosto mais de uma boa monarquia do que uma má república;
– Seduz-me mais a diplomacia do que o conflito;
– Agrada-me mais um bom inimigo do que um mau amigo;
e finalmente,
– Tenho a certeza de que é mais urgente deixar melhores filhos para o nosso planeta, do que melhor planeta para os nossos filhos;
Acredito que depois disto me chamem reaccionário, conservador, liberal e de direita. Pois bem, aceito com estoicidade e resignação todos estes epítetos, com a última esperança de não ter desiludido os meus amigos e, sobretudo, os meus inimigos, prometendo, a uns e outros, vir todas as semanas perturbá-los com as minhas piores obsessões, medos, canalhices e hipocrisias…

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