Ao dar uma entrevista à revista “30 DIAS” estava perfeitamente consciente que ela iria “ferir” a sensibilidade do visado, o presidente da Câmara Municipal de Beja. O que não imaginava era que a resposta fosse descaradamente de uma falta de rigor, de uma falta de verdade sobre quase todas as questões.
Diz Jorge Pulido Valente (JPV) que a minha entrevista, ou seja, as minhas afirmações, são um verdadeiro disparate. Pois bem, devolvo-lhe a expressão e vou provar porquê.
Quando em 2002 revalidámos o protocolo de parceria e colaboração entre a Câmara Municipal de Beja e a Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de Beja, foi entendido que se separariam as verbas (que até aí eram concedidas só para despesas de funcionamento) em despesas de funcionamento e despesas de capital, em valores iguais cujo montante, em 2009, era de 109.000 euros para despesas correntes e 109.000 euros para despesas de capital.
Ora em 2010 houve um compromisso por parte da CM Beja em que se manteriam 109.000 euros para despesas correntes e 50.000 euros para despesas de capital e que até ao final de 2010 se reforçaria a verba de 50.000 euros.
Acontece que até agora só recebemos 25.000 euros de 2010, os outros 25.000 euros ainda estão em dívida, pese embora o protocolo assumido entre as duas entidades, cujas verbas se destinavam à transformação de uma viatura de combate a incêndios para o “casco urbano” mais antigo da cidade. Tivemos que encontrar outras fontes de financiamento para pagar os 25.000 euros que ainda não foram pagos pela CM Beja.
Os cortes em 2011 ainda foram piores, pois o subsídio para despesas de manutenção passou de 109.000 euros para 98.000 euros e as de capital desapareceram. Estamos a falar de um corte de cerca de 55%. Ora o corte feito nas verbas das autarquias foi de cerca de cinco por cento em 2010.
Quanto ao novo quartel não ter sido candidato ao QREN, está enganado o senhor presidente, pois que se encontra devidamente documentada na Associação essa candidatura (enviamos cópia) e a desistência da mesma, por sabermos que seria difícil contar com a CM Beja, o que fica plenamente provado.
Afinal quem fala verdade? Definitivamente os Bombeiros Voluntários de Beja.
Posteriormente, no vosso jornal, fomos confrontados com uma crónica assinada pelo sr. Jorge Rosa enquanto presidente da Câmara Municipal de Mértola. Se a crónica fosse assinada pelo cidadão Jorge Rosa eu responderia ao cidadão, assim respondo ao presidente da CM Mértola.
Que ética tem o presidente da CM Mértola, sr. Jorge Rosa, de responder ao cidadão e presidente dos Bombeiros Voluntários de Beja, Rodeia Machado, se não reside no seu concelho nem a associação tem sede no seu concelho. É como diz o povo, meter o “bedelho” onde não é chamado.
Mas, já agora, quero dizer-lhe que entendo perfeitamente as dificuldades das autarquias. Sou um cidadão atento e desde o 25 de Abril que sou eleito autárquico, primeiro como vereador a tempo inteiro na CM Beja, depois como vereador sem pelouro na CM de Cuba, como eleito na Assembleia Municipal de Beja há muitos anos, e, por força, disso presidente da Assembleia Intermunicipal da Cimbal, para além de que fui durante mais de 10 anos deputado na Assembleia da República.
É por isso minha obrigação estar atento aos êxitos e fracassos e também às dificuldades com que se defrontam as câmaras municipais, mas deixe que lhe diga que está mal informado, pois aquilo que disse à revista “30 DIAS” foi como presidente da Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de Beja e reitero o que disse. Mas no final da entrevista, o jornalista António José Brito questionou-me sobre a minha actividade político-partidária e aí respondi como tal. Falta de ética? Não! Coerente como sempre fui em toda a minha vida. Já agora, a propósito de humildade, quero dizer-lhe que humilde serei sempre, mas subserviente como alguns que mal me conhecem, nunca.

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