Este artigo que aborda, para mim, uma questão crucial para as nossas vidas, nasceu duma conversa com uma amiga com quem já não conversava há uns tempos e espero que provoque reflexões e respostas.
Indo directamente ao assunto. Parece-me claro que hoje o convívio informal entre as pessoas, fora do circuito familiar e mesmo no seu seio, vem diminuindo anos a anos, de tal forma que hoje é uma excepção à regra.
Refira-se que esta realidade é mais forte no género feminino, particularmente nos pós-
-trinta anos e, ainda talvez surpreendentemente, atravessa cidades grandes e pequenas, vilas e aldeias.
Antes de entrar em exemplos que ilustram o que acabei de afirmar, vou tentar explicar porque é que acho que estamos perante um assunto/problema que é fundamental para a nossa qualidade de vida e, por isso, crucial para o nosso futuro. Vamos a isso!
A vida comunitária ou, na linguagem actual, a sociabilidade entre pessoas próximas por via da amizade, da vizinhança, do trabalho, de proximidade de ideias e sonhos, está provado cientificamente (ciências sociais) que é um elemento indispensável ao bem-estar das Pessoas, pois doutra forma a sociedade, a cultura e a economia ficariam seriamente ameaçadas, pois sem comunicação alargada as Pessoas correm fortemente o risco de sofrer de doenças do foro psicológico e psiquiátrico, quer individual como socialmente.
Não acham que esta questão REAL não é motivadora de preocupações, conversas e debates entre TODOS e nas mais variadas formas – círculo de amigos, relações extra-trabalho, familiar de várias gerações, culturais ou políticas – e entre territórios???
Eu não tenho quaisquer dúvidas! Mas vamos tentar exemplificar o que se passa nos tempos de hoje através de situações concretas e conhecidas:
• Os casais jovens/adultos, já com filhos e na casa dos trinta, na sua esmagadora maioria, vive “do trabalho para casa” e muito poucas vezes têm espaços e tempos para estar com os seus amigos; de referir que a situação é mais numerosa em Pessoas do Género Feminino, sem esquecer o fenómeno da “solidão a só”.
• Os casais já entrados nos quarenta/cinquenta anos começam a ter uma vida maioritariamente caseira e a maior parte das vezes com poucas relações com filhos, noras e principalmente amigos, embora, talvez, com regularidade a tomar conta dos netos (mais forte nos casais dos sessenta…).
• As crianças e os jovens que vão constituindo os seus grupos de amigos junto de colegas de escola, de bairro ou de vila/aldeia, após os dez/quinze anos começam a quase deixar de ter relação com os adultos/”Velhos”, quer ao nível da família, como dos amigos dos pais e dos avós; ou seja, as relações inter-geracionais são reduzidas ao mínimo e a situações formais e de rotina.
• Último exemplo – as “tertúlias” e as “rodas de amigos” só acontecem com data marcada e de tempos a tempos, o que leva a que as Pessoas cada vez mais conversem e reflictam em circuito fechado, quase perdendo as formas de socializar e trocar conhecimentos.
Haveria outros exemplos e excepções ao referido a preto e branco, mas será que não estão de acordo com estas situações-tipo enquanto expressão das nossas realidades sociais, em muito influenciadas pelas TVs???
Eu, pelo meu lado, tenho feito, faço e espero fazer mais em prol de relações sociais regulares, informais, formais, inter-classes/grupos sociais e nos domínios do inter-conhecimento, da inter-geracionalidade, da inter-territorialidade (cidades, vilas e aldeias) e político (antes sem e hoje com Partido e amigos). Não vou desistir! E você, meu caro leitor?

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