Alentejo a perder!

Carlos Pinto

director do correio alentejo

De acordo com a portaria do Governo publicada a 10 de Abril em Diário da República, o hospital de Beja vai ficar sem a sua maternidade até final de 2015. Ora o mesmo sucederá aos hospitais do Litoral Alentejano (Santiago do Cacém) e de Portalegre, ficando Évora como a única unidade pública de saúde da região onde as mães alentejanas poderão dar à luz os seus filhos [ver notícia na página 6 desta edição].
Esta notícia, apesar de já não surpreender, não deixa de representar uma nova derrota para o Baixo Alentejo e para toda a região. Numa altura em que se fala tanto de coesão nacional e se discutem as melhores receitas para inverter a cada vez mais preocupante “litoralização” do país, cercear estas regiões mais afastadas dos grandes centros urbanos de serviços públicos indispensáveis são verdadeiras “machadadas de morte”.
Porque sem hospitais com todas as especialidades e valências minimamente exigíveis, sem repartições de Finanças, sem escolas básicas, sem estações dos Correios e, por vezes, sem trabalho, que argumentos restarão aos alentejanos (e a todos os que vivem no interior) para ficar nas suas aldeias e vilas? Talvez apenas o amor à terra … Mas esse não chega para alimentar uma família nem garantir um futuro em condições para os filhos!
Talvez por isso seja útil lembrar (mais uma vez) a quem governa que há mais vida para além do défice. E que todas as decisões – sobretudo as desta natureza – têm que ser tomadas em função da realidade que temos e daquela que queremos criar, e nunca tendo exclusivamente por base a frieza dos cálculos estatísticos. Só assim se evitará que o país se afogue de vez no Atlântico…

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