Sendo aderente à ideia e proposta da criação da Agência de Desenvolvimento do Baixo Alentejo, a ser desencadeada por organizações da sociedade civil da região, considero importante, talvez decisivo, o modelo que a deve fundar. Sou sensível aos reparos e dúvidas sobre se não entramos na multiplicação de organizações com os mesmos fins e concorrentes.
Não! Terá que ser uma rede de cooperação e complementaridades. Nesta linha, considerando o modelo de agência que faz falta, vou avançar com alguns princípios e orientações que a devem nortear, na minha humilde opinião.
<b>1. </b>Ao nível jurídico-legal deve ser outra “coisa”. Considero que a figura a prosseguir deve ser a de cooperativa de solidariedade social, pois concilia o lado empresarial e associativo. Também, porque a solidariedade, ainda territorial, deve ser um princípio essencial.
<b>2. </b>A sua base societária devendo ser a mais ampla e diversificada ao nível de associações e instituições, que solidariamente investem na agência, deve considerar as associações regionais sócias e parceiras de primeira linha.
<b>3. </b>O seu objecto e finalidades deverão ser a de concertar e complementar as intervenções e projectos das organizações, municipais e civis, de maior amplitude, com vista a acções integradas e de todo o Baixo Alentejo.
<b>4. </b>Quanto ao seu funcionamento, ao assentar numa liderança multifacetada, deve ter uma estrutura ligeira, assente numa rede de organizações qualificadas da região, com um orçamento equilibrado.
<b>5. </b>Deve, ainda, ter um papel de reflexão, proposição e reclamação sobre as necessidades prioritárias de todo o Baixo Alentejo, na sua intervenção e actividade regular, assegurando a convergência e empenhamento de toda a sociedade e instituições das comunidades que fazem a região.
Que estas opiniões e reflexões sejam úteis para a criação duma nova/velha ferramenta que promova o desenvolvimento sustentável do Baixo Alentejo, são os meus votos e desejos.