O anunciado (pela nova “superministra” da Agricultura, Mar, Ambiente e Ordenamento do Território…tive que confirmar a extensa designação na Internet) adiamento da vertente agrícola do Alqueva irá constituir, a curto-prazo, um disparate económico-financeiro, com graves consequências para a região. Sabendo-se que foram feitos muitos investimentos privados tendo como base a disponibilidade de água em quantidade e qualidade, está a dar-se, também aqui, um sinal negativo para a economia. A água é o factor decisivo para a existência de uma agricultura competitiva e geradora de riqueza. O Alqueva dispõe do financiamento necessário à sua conclusão em 2013. A par disso, exclui-se (ou talvez ainda não?!) a continuidade da EDIA, empresa que deveria assumir no pós-construção, um verdadeiro papel de desenvolvimento regional e gestão de (alguma) rede de rega. Porque é que isto acontece? Penso que por alguma “maldade política” do CDS/PP (verdadeiramente insignificante do ponto de vista eleitoral na nossa região) para com o parceiro de coligação, maior em peso e tradição…
<b>Encerramento de Serviços Públicos de Proximidade</b>
A pretexto da racionalização do Estado e da despesa, encerram-se serviços públicos de proximidade, na nossa região. Serviços de Saúde, Educação (escolas) repartições de Finanças, tribunais, freguesias, enfim tudo a pretexto de cumprimento das metas da “troika”. Tratam-se regiões carenciadas, de fraca acessibilidade de utentes, com baixa densidade demográfica, da mesma forma que o resto do país (urbano, desenvolvido e concentrado). Continua-se a tomar estas medidas (que infelizmente têm a cumplicidade de alguns eleitos locais) ignorando o “erro histórico” que elas podem assumir, com a perda de coesão territorial (abandono/exclusão de regiões com reduzida prestação de serviços) que será diretamente prejudicial no médio prazo. As “gorduras” do Estado mantêm-se “intactas”, continuam a existir entidades, na dependência direta da Administração Central, que nada fazem, nada produzem, nada contribuem para o bem-estar das pessoas e para a consolidação do Estado. Cortam-se desepsas em serviços que pouco ou nada pesam nas contas, mas mantêm-se administradores/gestores de empresas públicas (hospitalares e muitas, muitas outras) cuja designação para o cargo é a…nomeação (política, pessoal ou de…continuidade) com vencimentos (e muitas benesses) verdadeiramente desfasados da nossa realidade económica, financeira e…humana. Será que não se devia tratar antes destes assuntos, antes que eles tratem de nós?
<b>Eleições Internas no PS</b>
Prometi, a mim mesmo, que não iria dizer mais uma única palavra sobre as eleições internas para o PS/Baixo Alentejo, mas (ao invés do que costumo e tento fazer) incumpro agora. O Baixo Alentejo precisa de uma liderança dinâmica, disponível e pronta a (se necessário) ser bastante paciente como partido responsável de oposição. Não poderá entrar na chamada política de “contestação de rua”, irresponsável e radical, mas também não deverá esquecer que as pessoas (e os territórios, acrescento eu) estão primeiro. Dada a dispersão demográfica e a extensão territorial, a Federação do Baixo Alentejo necessita de alguém que esteja “concentradíssimo” na dinâmica partidária, na aposta em aumentar o número de militantes, em tentar redinamizar muitas concelhias, ao mesmo tempo que assume a necessidade de constituir uma “máquina partidária” (conceito um pouco taylorista) que possa lidar com as várias exigências da vida política democrática (algo que parece, ainda faltar). A organização aqui, como em tudo, é fundamental. Dessa forma, disse, digo e voltarei a dizer que, não obstante a visibilidade e o prestígio que os eleitos locais detêm na nossa região, não me parece salutar que não se pense o PS para além das autarquias. O mérito de muitos militantes, a disponibilidade de tantos outros deveriam ser razões mais do que suficientes para termos um candidato não-autarca. Dessa forma, pessoalmente, terei aqui uma posição de completa neutralidade pública, naturalmente exercendo o meu voto de simples militante numa das candidaturas, como e quando o entender. Lamento que assim tenha acontecido e desejo, aos candidatos (ambos amigos e conhecidos) que a campanha corra da melhor forma.
<b>Esperança para o Aeroporto de Beja</b>
Até que enfim uma boa notícia. Tivemos ocasião de conversar recentemente com o administrador/responsável do Aeroporto de Beja, Pedro Beja Neves, que me deu a conhecer o ponto de situação do empreendimento. Fico mais tranquilo e convictamente com maior esperança num dos pilares de desenvolvimento da nossa região. Até ao fim do ano, serão dados a conhecer importantes progressos do quarto aeroporto de Portugal Continental. Foi também reafirmado, pelo responsável, que a realização do voo organizado pela Câmara Municipal de Ferreira do Alentejo a 13 de Abril deste ano, para além de ser simbólico, teve, igualmente, um efeito “despoletador” para…outros voos! Mais notícias, positivas, irão ser do conhecimento de todos, em breve. Convém igualmente destacar que, um dos maiores grupos de discussão do Facebook, em Portugal, tem o título “Contra a Construção do Novo Aeroporto de Lisboa e a Favor do Aeroporto de Beja”. Com muito orgulho iniciei este grupo que foi e está sendo continuado por muitas pessoas e que conta já com cerca de 7.000 “utilizadores”. A força das “redes sociais” pode e deve servir (também) os interesses da região.