O bispo de Beja concedeu esta semana uma grande entrevista à Rádio Renascença, onde, além de escalpelizar alguns dos problemas que assolam a segunda maior diocese do país, não deixou de lançar sérios alertas sobre aquilo que se vai passando na sociedade baixo-alentejana.
E entre as chamadas de atenção por parte de D. João Marcos surgiu, desde logo, a evidência de “haver fome” na região, com muita gente “a passar mal”. “Há fome no Alentejo, só que é um território escondido e não gosta de revelar a sua intimidade ou revela-a com dificuldade”, disse o prelado sem meias palavras.
O bispo de Beja foi mais longe e acrescentou que, “infelizmente, são mais os pedidos do que as possibilidades de auxilio”. Mas, mesmo assim, fez uma ressalva: as autoridades competentes “não fogem da realidade, não a escondem, não fazem de conta que não sabem” destes problemas.
Estas denúncias do bispo de Beja (tanto do atual como dos seus antecessores, D. Vitalino Dantas e D. Manuel Falcão) não são novas, bem pelo contrário. Ainda assim, estes são problemas que resistem no tempo numa região cada vez mais envelhecida e que vê o tempo (e as oportunidades) fugir como grãos de areia por entre os dedos.
A solução está longe de ser evidente e rápida de implementar. Mas é notória a necessidade de, por parte das entidades estatais, se avançar com um plano social estruturado para todo o Baixo Alentejo, com respostas concretas para problemas por demais identificados. Só assim será possível inverter o atual rumo e evitar que, dentro de três, quatro ou cinco anos, o bispo de Beja volte a denunciar os mesmos problemas. Ou piores!

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