O “braço-de-ferro” entre socialistas e comunistas está para durar em Beja, depois do executivo da Câmara Municipal ter aprovado esta quinta-feira, 26, uma nova proposta de Orçamento e Grandes Opções do Plano para 2012, que mereceu o assentimento da maioria PS e os votos contra dos três eleitos da CDU.
“Nesta proposta estavam consideradas a maioria das alterações solicitadas pela oposição, tendo-se mantido o princípio de rigor orçamental e coesão económica e social que tem que reger o exercício do presente ano”, vinca o executivo liderado por Jorge Pulido Valente em comunicado.
No mesmo documento, a maioria socialista na autarquia lembra que a Câmara de Beja atravessa actualmente “uma grave crise financeira”, fruto da perda de receitas resultantes dos cortes do Estado e extraordinárias e, sobretudo, “da avultada dívida do mandato anterior”, onde a CDU tinha maioria.
Nesse sentido, Pulido Valente e a sua equipa alegam “não compreender” porque razão a CDU, “a única força política culpada por esta situação insustentável, continua a arranjar formas de dificultar a gestão da autarquia, atrasando a sua recuperação” e dizem esperar que “a Assembleia Municipal e todas as forças políticas que a constituem viabilizem o orçamento, de modo a que os interesses das pessoas sejam, de uma vez por todas, colocados à frente de quaisquer interesses ou tácticas partidárias ou eleitorais”.
Entretanto, também em comunicado, os eleitos da CDU na Câmara e na Assembleia Municipal de Beja “lastimam e denunciam a atitude arrogante e prepotente” que o executivo do PS revelou “em relação a propostas que não sejam as suas, por mais construtivas e equilibradas que se apresentem”.
“Esta postura enquistada e acantonada do PS revelou-se em todo o seu esplendor no voto contra, e consequente rejeição, da proposta apresentada pela CDU para adiar para uma próxima reunião de Câmara a discussão e eventual aprovação de uma proposta de compromisso” sobre o orçamento, frisa o mesmo comunicado, onde os comunistas reiteram a “necessidade de evitar que este assunto seja tratado com a ligeireza que o PS tem demonstrado”
Trata-se “de uma questão sensível para o bem-estar das populações, razão bastante para que prevaleça o bom senso e o esforço para reunir consensos, como tem feito a CDU, que reitera o seu empenho e disponibilidade na busca das soluções que melhor sirvam o concelho e as suas gentes”, acrescenta a nota da CDU.
Recorde-se que a “divisão” do PS e da CDU relativamente ao orçamento da Câmara de Beja para 2012 prende-se, sobretudo, com as verbas a transferir para as juntas de freguesia do concelho no âmbito dos protocolos de delegação de competências.
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