A Comunidade Intermunicipal do Baixo Alentejo (CIMBAL) defendeu junto do Governo a necessidade de dinamizar o aeroporto da região na vertente de passageiros.
“Fomos transmitir ao Governo a vontade que a ANA – Aeroportos de Portugal e a Vinci têm de investir no aeroporto [de Beja] e perceber se o Governo está alinhado com esse tipo de desenvolvimento” para a infraestrutura, afirma ao “CA” o presidente da CIMBAL, António Bota, após a reunião, na terça-feira, 25, em Lisboa, com o ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos, e o secretário de Estado das Infraestruturas, Hugo Santos Mendes.
A reunião entre representantes da CIMBAL e o Governo surgiu depois de, em setembro, os autarcas terem reunido em Beja com responsáveis pela ANA e pela Vinci, onde avaliaram “a situação atual e perspetivas futuras” do Aeroporto de Beja e acertaram ações conjuntas para a sua “promoção e dinamização”.
Para António Bota, também presidente da Câmara de Almodôvar, o aeroporto de Beja tem de ser como as restantes infraestruturas do género e, nesse âmbito, “conseguir negociar e convencer companhias aéreas a vir” para a região.
“Temos de conseguir que as companhias aéreas, a ANA, a Vinci e a Força Aérea se entendam, para termos ‘slots’ para certas horas do dia, que têm de estar sempre disponíveis para a aviação civil. É um trabalho que temos de estimular”, destaca.
A par disso, o presidente da CIMBAL defendeu que, através do Turismo de Portugal, seja possível “negociar” para o aeroporto alentejano “um fundo de apoio para estas companhias aéreas”, tal como existe “para os Açores ou para a Madeira”.
“Não podemos simplesmente deixar as coisas acontecer, temos de ir atrás dessas coisas”, reforça.
O autarca diz ainda ter sido informado, durante a reunião com os governantes, do concurso público que será lançado, “já no próximo ano”, para “alargamento e melhoria” do Itinerário Principal 8 (IP8), “que vai permitir uma acessibilidade maior ao Aeroporto de Beja”.
Já sobre a linha férrea entre Casa Branca a Beja, António Bota revela que está a ser feito um estudo prévio “para perceber os custos e o que se pode fazer” nesta ligação.
Ainda em matéria de transporte ferroviário, o presidente da CIMBAL defendeu, junto do Governo, que sejam criadas ligações “entre todas as capitais de distrito”.
“Será fundamental para os nossos filhos e netos terem ligações rápidas, para que possam trabalhar nas capitais de distrito ou viver numa zona e trabalhar noutra. A ligação por ferrovia entre as capitais de distrito é uma realidade que tem de acontecer”, afirma.
Durante a reunião com Pedro Nuno Santos, a comitiva da CIMBAL apelou ainda ao investimento na região nas redes de telecomunicações 4G e 5G, para que o distrito não fique para trás “na transição digital”.
“Não podemos permitir que o nosso distrito fique atrás de outros distritos, porque, senão, os nossos jovens não vão querer trabalhar cá e as empresas não vão querer estar cá”, conclui António Bota.