A chuva das últimas semanas poderá pôr "em causa" a produção de cereais e atrasou culturas de Primavera/ Verão no Baixo Alentejo, apesar de ser "benéfica" para pastagens.
"Não me lembro de um Março tão chuvoso". A chuva que caiu foi "anormal" e vai ter "reflexos negativos" na agricultura baixo-alentejana, disse à Agência Lusa o presidente da Federação das Associações de Agricultores do Baixo Alentejo, Manuel Castro e Brito.
No caso dos cereais, cultura de Outono/ Inverno e de sequeiro, a campanha 2012/2013 "não vai correr bem e poderá estar em causa", afirmou, admitindo "perdas parciais ou totais" de produções.
"Tanta água deixou os solos encharcados", o que, no caso dos cereais, está a provocar a "asfixia radicular das plantas", ou seja, as raízes estão inundadas e com dificuldades em respirar, uma situação que "prejudica" o desenvolvimento dos cereais, explicou.
"Quando deixar de chover e de repente a temperatura começar a subir, a conjugação de muita humidade e calor vai criar condições para o desenvolvimento de fungos e doenças em algumas culturas", como cereais e olivais, alertou Castro e Brito.
Por outro lado, realçou Castro e Brito, a chuva também tem sido "positiva" para os criadores de gado, já que permitiu criar "pastagens em abundância" para alimentar os animais, mas "há algumas que estão encharcadas e o gado tem dificuldade em se alimentar".
Contudo, em declarações à Agência Lusa, o professor da Universidade de Évora Ricardo Freixial considerou que, com a chuva, o ano agrícola tornou-se “desfavorável” para as culturas de Primavera/ Verão, como o tomate, milho e melão, porque “estão atrasadas na sua instalação”.
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