Censos 2021. Autarca de Barrancos quer “apoio efetivo” a empresas

O presidente da Câmara de Barrancos pede ao Governo um “apoio efetivo” para mais empresas se instalarem neste concelho e travar a perda de população registada na última década.

Segundo os resultados preliminares dos Censos 2021, divulgados esta quarta-feira, 28, pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), o número de habitantes no município de Barrancos caiu de 1.834, em 2011, para 1.435, em 2021.

Trata-se de uma quebra de 21,8% na população total do concelho, naquele que é o maior decréscimo verificado em Portugal nos últimos 10 anos.

Para o presidente da autarquia raiana, estes dados não constituem “nenhuma surpresa” e são fruto da “falta de oportunidades de trabalho” em “locais recônditos” como Barrancos.

“Quando as pessoas não têm oportunidade de trabalho num local, deslocam-se para outro”, justifica João Serranito Nunes em declarações ao “CA”.

Na opinião do autarca, eleito pelo PS, as medidas tomadas pelos governos para contrariar a desertificação de zonas interiores como Barrancos têm-se revelado insuficientes, sendo apenas “paliativos” e não “solução para o problema”.

“O Ministério da Coesão Territorial e a Secretaria de Estado da Valorização do Interior são sinais positivos, mas tem que haver outros complementares que venham inverter esta tendência de perda sistemática de população dos últimos 20, 30, 40 anos”, diz.

Para Serranito Nunes, “é necessário encarar o problema de frente” e “de forma ‘musculada’, para que o tecido empresarial se possa fixar aqui [em Barrancos] com condições que sejam atrativas”. “Sem isso nada feito”, diz.

Nesse sentido, o presidente da Câmara de Barrancos defende que “a solução tem que ser um apoio efetivo ao tecido empresarial”, nomeadamente através da “isenção de pagamento de impostos” ou por intermédio de ajudas “na formação profissional” e “na construção de fábricas”.

“Há uma série de questões que tem de ser olhadas de frente, muito a sério, senão a tendência vai-se acentuar. Tenho dito isto em diversos locais e ao governo, mas não podemos continuar num ‘diálogo de surdos’”, conclui.

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