Imagem “de marca” do Campo Branco, o borrego produzido na região continua a registar muita procura e os preços de comercialização registaram “uma ligeira subida” em 2024 face ao ano anterior, revela ao “CA” António Lopes, presidente do conselho de administração do agrupamento de produtores pecuários Carnes do Campo Branco, com sede em Castro Verde.
“A procura do borrego continua em alta, porque há exportação e tudo o que há para sair tem saído. E este ano os preços tiveram uma ligeira subida”, afiança António Lopes, indicando que, em 2024, “em animais com 25 a 30 quilos o preço médio varia entre os 100 e os 120 euros”.
No Campo Branco, região que abrange os concelhos de Castro Verde e Almodôvar e parte dos de Aljustrel, Mértola e Ourique, são comercializados todos os anos, através do agrupamento de produtores pecuários, cerca de 15.000 ovinos. Muita da produção segue para o estrangeiro, com Israel como principal “cliente”.
“Mas também já vão levando borregos para outros mercados, como França ou o Dubai. A carne do nosso borrego é muito boa, diferente dos borregos que há no resto da Europa, e dão muita preferência aos nossos borregos”, explica o presidente do Agrupamento Carnes do Campo Branco.
A par disso, continua António Lopes, as vendas de borregos para o mercado nacional também aumentaram em 2024.
“O ano passado houve uma importação muito grande de borregos, pois os preços estavam diferentes e as grandes superfícies optaram por comprar borrego importado. Mas este ano, optaram por borrego nacional e não importar quase nada. É capaz de ficar cá [em Portugal] mais de metade da produção de borregos”, diz.
A seca registada nos últimos anos tem afetado as explorações agropecuárias do Campo Branco, mas 2024 tem sido “um ano excelente em pastagens, como há muito não se conhecia”, o que beneficia a produção, reconhece o presidente do agrupamento de produtores pecuários.
“Havendo boa pastagem, há menos despesa e os animais são melhores. Portanto, este ano tem sido excelente para a pecuária”, afiança António Lopes, embora não esconda que, ainda assim, “é difícil colmatar a ‘ferida’ que ficou do ano passado”.
“Mas, pelo menos, este ano já é um alívio e já há outras perspetivas para o futuro”, conclui.