Infligir “uma derrota esmagadora” aos partidos do Governo, mas também ao PS, é o objectivo traçado pelo coordenador do Bloco de Esquerda no distrito, Alberto Matos.
Quais as expectativas do Bloco de Esquerda (BE) no distrito de Beja nas eleições autárquicas?
O primeiro objetivo político é infligir uma derrota esmagadora aos partidos do Governo (PSD e CDS-PP), em repúdio ao desemprego e à miséria causados pela austeridade. Sem esquecer que o PS também subscreveu o memorando da “troika” e que na Assembleia Municipal de Odemira foi a maioria PS que liquidou cinco freguesias, Zambujeira do Mar, Pereiras-Gare, Bicos, Santa Maria e Salvador, comportando-se como fiel guardião da lei Relvas. O BE bate-se pelo aprofundamento da democracia representativa e participativa, com recurso a referendos locais sempre que estejam em causa direitos fundamentais, a gestão pública da água e do tratamento de resíduos ou questões que não tenham sido discutidas na campanha eleitoral, como a extinção de freguesias ou municípios. Insistimos na criação da região Alentejo. E daremos a prioridade ao desenvolvimento económico e social, com vista à criação de emprego sustentado nos recursos endógenos e ao combate eficaz e solidário às causas da pobreza, que não se confunde com a “caridadezinha”.
O BE apresenta apenas três candidaturas a câmaras municipais: Almodôvar, Odemira e Serpa. Garantir um lugar de vereador numa destas autarquias será considerado uma vitória?
O BE concorre nestas eleições nos concelhos onde tem actualmente quatro eleitos nas assembleias municipais e cinco em assembleias de freguesia. Pretendemos reforçar esta presença nos órgãos deliberativos dos municípios e freguesias e subir um patamar. A eleição de vereadores do Bloco significará o fim das maiorias absolutas, concretamente em Serpa, onde a eleição de Guida Ascensão selará o fim de 33 anos de poder absoluto unipessoal. Em Almodôvar, após duas décadas de “saleirismo” e 12 anos de “sebastianismo”, a eleição de Constantino Piçarra abrirá um novo ciclo político. Em Odemira a eleição de Ana Loureiro será o melhor contributo para acabar com 16 anos de maiorias absolutas PS. Por último – e aqui os últimos poderão ser os primeiros –, em Beja o Bloco não apresenta candidatura própria porque apoia e participa desde a sua génese na candidatura “Por Beja com Todos”, nomeadamente através do deputado municipal José Pedro Oliveira. Em Beja a aposta não é eleger Lopes Guerreiro vereador, é claramente disputar a vitória.
AMANHÃ (17 DE SETEMBRO): ENTREVISTA COM LUÍS DARGENT, PRESIDENTE DA DISTRITAL DE BEJA DO CDS-PP