O plano de viabilização da Cooperativa Proletário Alentejano, de Beja, que está em processo de insolvência e tem dívidas de quatro milhões de euros, será votado em Dezembro pelos credores, revelou hoje à agência Lusa o diretor da empresa.
Segundo José Filipe Murteira, o plano, que já obteve o "parecer positivo" da comissão de credores, será votado numa assembleia de credores, que vai decorrer a 18 de Dezembro no Tribunal de Beja.
José Filipe Murteira mostrou-se convicto de que o plano será aprovado pela assembleia de credores, o que, a confirmar-se, irá permitir "abrir um novo, ainda que seguramente difícil, ciclo na vida da cooperativa", que atravessa uma situação financeira "bastante negativa".
O plano, explicou, define "uma série de regras e prazos que a cooperativa tem de cumprir para ser viável", como pagar dívidas a credores, ou seja, à banca e a fornecedores, aos quais deve um total de quatro milhões de euros.
A situação da Cooperativa Proletário Alentejano começou a degradar-se em 2005 e "agravou-se nos últimos dois anos", o que levou a atual direção, que tomou posse em janeiro deste ano, a pedir a insolvência, explicou.
Apesar de várias iniciativas para tentar resolver a situação, como negociações com os credores e uma campanha para pedir dinheiro a sócios e particulares, "chegou uma altura em que a cooperativa teve mesmo que pedir a insolvência".
A insolvência foi decretada em abril deste ano pelo Tribunal de Beja, que, em julho, atribuiu a administração da cooperativa a uma administradora de insolvência e permitiu à instituição continuar a funcionar "no pressuposto de ser apresentado um plano de viabilização", o que aconteceu em agosto.
Entretanto, para "ultrapassar dificuldades" que surgiram, a administradora de insolvência delegou a administração da Cooperativa Proletário Alentejano à Pluricoop, uma associada da CoopLisboa, o maior credor da cooperativa, disse.
A delegação foi possível graças a um acordo entre a Cooperativa Proletário Alentejano, a administradora de insolvência e a Pluricoop, que, através de um contrato de comodato, está a gerir a cooperativa até à realização da assembleia de credores.
"Vamos ver como a assembleia de credores se vai pronunciar", ou seja, se vai aprovar, pedir a reformulação ou, "na pior das hipóteses", reprovar o plano, disse, referindo que o cenário de reprovação, "em princípio, não se coloca", mas a confirmar-se levará à extinção da cooperativa.
A cooperativa, que em setembro de 2011 tinha 81 funcionários dispersos por oito lojas no Alentejo, emprega atualmente apenas sete nas duas únicas lojas que estão a funcionar, ou seja, seis na loja de Beja e um na de Alcaria da Serra (Vidigueira).
O contrato de comodato permitiu restabelecer o abastecimento à loja de Beja da cooperativa, que, depois de algum tempo de prateleiras quase vazias e poucos clientes, reabriu hoje, após cerca de uma semana fechada para remodelação do espaço e reposição de produtos.
Segundo José Filipe Murteira, o contrato de comodato vai permitir também efetuar melhorias no abastecimento e na gestão da loja de Alcaria da Serra e a reabertura "em breve" da loja de Aljustrel.
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