A Câmara de Beja contesta a eventual redução do número de camas no hospital da cidade, considerando que a situação pode provocar "impactos altamente negativos".
A posição da Câmara de Beja, que se manifesta preocupada com a eventual redução de camas no hospital, foi aprovada por unanimidade na última reunião do executivo camarário, composto por quatro eleitos do PS e três da CDU.
Em comunicado enviado à Agência Lusa, a Câmara de Beja refere que numa reunião entre a autarquia e a Ordem dos Enfermeiros, que decorreu na semana passada, foi analisado o "problema" da eventual redução de camas no Hospital José Joaquim Fernandes, em Beja, onde, "em determinadas alturas", há doentes deitados em macas nos corredores durante "demasiado tempo".
Segundo a autarquia, perante "o cenário de degradação dos cuidados de saúde no concelho", o presidente da Câmara de Beja, Jorge Pulido Valente, pediu uma reunião ao conselho de administração da Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo (ULSBA).
Em declarações à Lusa, Margarida da Silveira, presidente do conselho de administração da ULSBA, que gere o hospital de Beja, disse que a instituição "não tomou nenhuma decisão" sobre a redução do número de camas.
No entanto, lembrou a responsável, "está em curso uma reforma hospitalar a nível nacional", que, entre outras medidas, prevê a "revisão das lotações hospitalares".
Na tomada de posição, a autarquia lembra que "as condições de prestação de cuidados na região têm vindo a diminuir significativamente ao longo dos últimos anos, fruto da redução e, nalguns casos, até da extinção de serviços, a coberto de justificações de ordem financeira e de racionalidade na gestão dos recursos disponíveis".
A situação, frisa a Câmara de Beja, "insere-se na problemática mais geral" de "abandono, despovoamento e envelhecimento" das áreas rurais de baixa densidade, para as quais "não tem havido qualquer estratégica nem política de desenvolvimento regional que promova e assegura a coesão territorial e social".
"O encerramento ou a diminuição de serviços às populações acentua e agrava as assimetrias inter e intra-regionais e cria um ciclo vicioso que pode levar à ruptura destes territórios", avisa a autarquia.
Segundo o Município, "as intervenções que a administração central tem levado a cabo, além de serem cegas e economicistas, não têm sido acompanhadas de medidas que assegurem alternativas que garantam a continuidade da prestação dos serviços mínimos às populações".
As intervenções "são feitas apenas para reduzir a despesa do Estado, não tendo em consideração que aumentam os encargos dos cidadãos, nomeadamente em termos de transportes", refere a autarquia.
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