As bandas desenhadas do projeto “Histórias à Sombra do Montado”, que alerta para o declínio deste ecossistema, já começaram a ser distribuídas, de forma gratuita, pelo concelho de Odemira.
O projeto, coordenado por Hugo Tornelo e Rita González, tem como objetivo consciencializar a população para o declínio do sobreiro e do montado na região e reúne “quatro histórias independentes”, impressas em formato de jornal e de livro.
Segundo Hugo Tornelo, foram editados “cerca de 10 mil jornais”, que já começaram a ser distribuídos “por todo o concelho de Odemira, em cafés, estabelecimentos e em vários sítios onde as pessoas estão”.
Cada jornal tem, no final, “sete boas práticas para a regeneração do montado”, para, “de forma acessível, as pessoas perceberem o que pode ser feito”, sublinha.
O livro, por sua vez, destina-se à Biblioteca Municipal de Odemira e às bibliotecas dos agrupamentos escolares. “Ao contrário do jornal, no final, [o livro] tem atividades para serem feitas dentro e fora da sala de aula com os alunos, sobre o montado, para um conhecimento maior” sobre este ecossistema, adianta o coordenador.
A escolha dos autores das histórias e dos ilustradores foi feita de forma a conseguir “registos diferentes, tanto a nível do ilustrador, como de quem escreve”.
Ao nível de escrita, participam nomes como Afonso Cruz, Luís Afonso, Ana Margarida de Carvalho e Ana Bárbara Pedrosa, enquanto, na ilustração, os coordenadores procuraram também “registos diferentes”.
“Temos a Joana Afonso, que tem um certo tipo de registo, a Marta Teives, o Nuno Saraiva, que também é bastante conhecido, e o João Maio Pinho, com um registo mais a preto e branco”, revela.
Para o presidente da Câmara de Odemira, “o desenvolvimento rural e o montado estão no ADN do concelho”.
Por isso mesmo, frisa Hélder Guerreiro, o projeto “procura que haja uma maior sensibilização intergeracional” junto da população “para a preservação do montado, considerando a sua relevância” no ecossistema e na economia, a par da “beleza que a sua extensão imprime na paisagem” do território “há tantas gerações”.