Consenso! Os autarcas socialistas do distrito de Beja estão de corpo inteiro ao lado de António José Seguro e apoiam o novo método de escolha dos candidatos a presidentes de câmara e a deputados.
Apesar de reconhecerem que há riscos, alguns socialistas consultados pelo “CA” destacam que se trata de “um sinal de modernização e de democracia interna”.
E assinalam o facto se ser o PS “a dar o primeiro passo” nesta matéria em Portugal.
A Comissão Nacional do PS aprovou no último sábado, 31 de Março, a proposta de revisão dos estatutos apresentada pelo Secretariado Nacional, ficando decidido que serão realizadas eleições directas pelos militantes socialistas nas escolhas dos candidatos a deputados e a presidentes de câmara.
Ficou ainda determinado o prolongamento dos mandatos dos órgãos nacionais, cuja duração passa a coincidir com as legislaturas na Assembleia da República.
“Esta importante disposição permitirá o PS estar ‘mais à frente’ na escolha de candidatos, conferindo maior importância à decisão dos militantes”, defende Aníbal Reis Costa, presidente da Câmara de Ferreira do Alentejo, que concorda inteiramente com as decisões tomadas.
Jorge Rosa, autarca em Mértola, aceita que se trata de “um sinal de modernização e de democracia interna”, mas avisa que o novo modelo “pode trazer alguns dissabores”.
“O todo nacional não é igual de concelhia para concelhia e esta pode ser a solução democrática para discussões muito complicadas nalgumas concelhias e até em federações distritais”, diz.
Apesar de também reconhecerem os riscos, os dois candidatos a liderar a Federação do Baixo Alentejo assumem que a decisão é a mais acertada.
Pedro do Carmo, líder da Câmara de Ourique, entende que os partidos políticos “têm a necessidade de evoluir e de inovar, procurando criar novas respostas no seu funcionamento interno”.
Por isso, mostra-se orgulhoso de ser o PS “a dar o primeiro passo nestas reformas democráticas”.
Por seu turno, Helder Guerreiro destaca que “a proposta encontrada é a mais equilibrada e, contrariamente” a alguns comentários que foram proferidos sobre o assunto, considera que “é menos fracturante”.
“Não vejo onde podem surgir fracturas tendo em conta que é apenas uma questão de opinião e de método”, reforça Helder Guerreiro, numa posição onde é coadjuvado por Pedro do Carmo: “Não creio que possam surgir [fracturas]. A grandeza do PS é essa: poder divergir em respeito por todos”, declara.
Também Aníbal Reis Costa subscreve esta linha de raciocínio.
Na óptica do autarca ferreirense, o PS “está a caminhar num sentido bastante consensual e com grande sentido de oportunidade”.
Mais pertinente é a opinião de Jorge Rosa, que teme um crescente fecho do partido dentro de si próprio.
“O problema principal, na minha opinião, é que cada vez haverá menos independentes nas listas”, antevê.
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