O presidente da Câmara Municipal de Ourique, Marcelo Guerreiro, insiste na necessidade de o projecto de ligação da albufeira do Monte da Rocha, situada no concelho, ao Alqueva avançar “o mais rapidamente possível”.
O volume de armazenamento da albufeira, que na passada sexta-feira era de apenas 9,4% da sua capacidade total, fez com que a campanha de rega agrícola deste ano fosse cancelada, ficando a água existente na barragem “reservada” para o abastecimento público aos concelhos de Ourique e Castro Verde, assim como de parte de Almodôvar, Mértola e Odemira.
Esta situação de seca leva o autarca socialista de Ourique a considerar que a ligação do Monte da Rocha ao Alqueva, através da albufeira do Roxo (Aljustrel), “deve ser uma prioridade” a concretizar “no mais breve período de tempo”.
“A nosso opinião é que este projecto deverá ser acelerado e no período de audição pública do Plano de Recuperação Económica de Portugal (PREP) 2020-2030 [elaborado por António Costa e Silva a pedido do Governo] apresentámos esta proposta como uma das prioridades para o concelho”, diz Marcelo Guerreiro, em declarações ao "CA".
Na opinião do presidente do Município, “este projecto deve ser acelerado o mais rápido possível” e “concretizado”, por forma a “garantir o abastecimento público de água a estes cinco concelhos”, “permitir o fornecimento de água ao perímetro [de rega] já existente” e “para que possa ser criado um novo perímetro de rega” nos concelhos de Ourique e Aljustrel.
Para Marcelo Guerreiro, “é muito preocupante ver o estado em que se encontra actualmente o volume de armazenamento da albufeira do Monte da Rocha”, situação que se agrava com as “alterações climáticas”.
“As alterações climáticas vieram verdadeiramente para ficar e são constantes ano após ano, daí que mais se torne necessário essa ligação [a partir da albufeira do Roxo], por forma a garantir que a água do Alqueva chegue ao Monte da Rocha e se possa garantir o abastecimento às populações de cinco concelhos e também o regadio do perímetro de rega da albufeira”, argumenta o autarca de Ourique.
Ainda assim, Marcelo Guerreiro garante que, para já, o abastecimento de água às populações “não está em causa”. “E isso deve-se ao grande investimento que tem sido feito no âmbito da parceria entre os municípios e a [empresa] Águas Públicas do Alentejo (AgdA), que permitiu criar na albufeira do Monte da Rocha uma estação de tratamento de água (ETA) muito eficiente e que garante o abastecimento público nestes cinco concelhos”, explica.
“De qualquer das formas”, continua Marcelo Guerreiro, “é certo que as alterações climáticas irão acentuar-se cada vez mais e os períodos de seca irão ser cada vez maiores”. “Por isso, aquilo que é necessário é preparar-nos para esses mesmos períodos e garantir o abastecimento público. E isso só é garantido através da ligação da albufeira do Roxo ao Monte da Rocha, trazendo a água do Alqueva a esta região” a sul do distrito de Beja, conclui.
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